Berlim - Um surto infeccioso de uma variedade da bactéria Escherichia coli (E.coli) que já matou 15 pessoas na Alemanha começou a se espalhar pelo resto da Europa, detonando uma briga entre os países do bloco sobre de quem é a culpa e que produto é a fonte do problema.
Ontem foi registrada a primeira morte fora da Alemanha, levando o total a 16. A vítima é uma mulher de 50 anos que havia estado no país e morreu dois dias após ser internada na Suécia.
Na Alemanha, são 1.400 casos de contaminação pela Eceh (Escherichia coli entero-hemorrágica), 570 dos quais em Hamburgo.
Pessoas infectadas foram identificadas também no Reino Unido, na França, na Dinamarca, na Suécia, na Áustria, na Espanha e na Holanda. Todas haviam estado em território alemão.
A fonte da contaminação, primeiro detectada em Hamburgo, norte da Alemanha, não foi ainda determinada.
O problema é que a Alemanha levantou desde o princípio suspeitas sobre pepinos exportados da Espanha. Sem perder o humor (negro), os alemães apelidaram logo o surto de "o ataque dos pepinos assassinos.
Porém, das quatro amostras coletadas, duas já foram descartadas como fonte do surto após análises de laboratório, informou Cornelia Prüfer-Storks, da Secretaria de Saúde de Hamburgo.
Vários doentes relataram ainda não ter ingerido pepino antes da manifestação dos sintomas, o que levou os pesquisadores a expandir o campo de investigação para outros produtos, como o tomate e a alface.
Indenização
A Espanha quer, agora, que a Alemanha seja responsabilizada e lhe pague indenizações por ter "espalhado que a fonte eram os pepinos espanhóis sem ter provas para tal, provocando danos "irreversíveis ao país.
Segundo a Federação Espanhola de Produtores-Exportadores de Verduras e Frutas (Fepex), praticamente toda a Europa deixou de comprar produtos espanhóis de horticultura desde que a suspeita foi levantada.
"Há um efeito dominó em todas as verduras e frutas, disse o presidente da Fepex, Jorge Brotons, que calcula as perdas em 200 milhões semanais.