
Berlim - O ministro da Saúde da Alemanha, Daniel Bahr, afirmou que o número de novos casos de infectados pela bactéria Escherichia coli (E.coli) entero-hemorrágica está caindo consideravelmente, mas alertou que o número de mortos ainda deve crescer.
A bactéria já deixou 25 mortos na Alemanha e um na Suécia, e sua origem ainda é desconhecida. O governo alemão vem sendo criticado por apontar supostas origens do surto pepinos e brotos de feijão para logo depois ser desmentido por testes.
"Não posso declarar o fim [do surto], mas, analisando as últimas informações, nós temos causa razoável de esperança. O pior já passou, acrescentou o ministro.
O chefe de Saúde da União Europeia, John Dalli, pediu ao país que busque ajuda de especialistas internacionais para lidar com a crise. Dalli solicitou ainda que a Alemanha melhore os canais de informação sobre o surto e a coordenação de instituições e governos envolvidos na luta contra a bactéria.
O atual surto foi causado por uma variedade supertóxica de E. coli. Ela pode se espalhar com maus hábitos de higiene, desde a fazenda até o preparo do alimento.
Mais de 2,7 mil em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Quase todos os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou viajaram ao país.
De acordo com cientistas das universidades de Greifswald e Bonn, a nova cepa da bactéria aparentemente provoca a formação de autoanticorpos, que atuam destrutivamente contra o próprio organismo dos pacientes.
Andreas Greinacher, especialista em transfusões de Greifswald, afirmou que a presença de autoanticorpos foi verificada só nos casos mais graves dos pacientes que contraíram a doença.
A Comissão Europeia propôs ontem uma ajuda de 210 milhões de euros (US$ 308 milhões) aos agricultores da União Europeia (UE), para compensar os problemas provocados pelo surto da bactéria E.coli. Em um primeiro momento, a Comissão propôs na segunda-feira uma ajuda total de 150 milhões de euros, o que provocou a indignação do setor agrícola e protestos de países como Espanha, que consideravam a quantia insuficiente. Bruxelas se viu obrigada a aumentar a oferta, financiada pelo orçamento da UE. A ajuda será destinada aos produtores de pepinos, tomates, alface, abobrinha e pimentão.