Um grande surto de ebola nos Estados Unidos ou em outros países do Ocidente é improvável, disse ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor de estratégia da OMS, Christopher Dye, disse à BBC que os sistemas de saúde da Europa e dos EUA são fortes, o que torna o surto improvável.
Dye ressaltou que a introdução do vírus nos EUA e na Europa trazia "séria preocupação". Duas enfermeiras foram infectadas nos EUA e uma na Espanha ao cuidar de pacientes contaminados na África.
O surto de ebola na África Ocidental, o pior já registrado, matou mais de 4 mil pessoas. Os países mais atingidos são Libéria, Serra Leoa e Guiné. EUA, Canadá e Reino Unido começaram a vistoriar nos aeroportos os passageiros vindos dos países afetados pela epidemia na África.
A França vai começar o mesmo procedimento a partir de amanhã no aeroporto Charles de Gaulle para os passageiros vindos da Guiné. Ministros da Saúde da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para discutir medidas contra o ebola.
O presidente Barack Obama se comprometeu na última quarta-feira a agir de modo "agressivo" contra a doença.
Os EUA pediram ao governo espanhol permissão para usar bases aéreas americanas no país em sua operação para combater o ebola na África, segundo um funcionário do Ministério da Defesa disse ontem. O país está enviando cerca de 4 mil soldados para a África Ocidental para ajudar a conter a epidemia (leia mais nesta página).
A ideia é usar as bases como um ponto de trânsito no deslocamento de materiais para construção de hospitais na Libéria e em Serra Leoa.
A decisão deverá ser anunciada hoje, quando o ministro da Defesa espanhol, Pedro Morenes, se encontra com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, em Washington.
O governo americano tem quatro bases na Espanha: em Morón de la Frontera, em Rota, em Torrejón de Ardoz e em Zaragoza.
Obama autoriza o envio de tropas
Estadão Conteúdo
O presidente dos EUA, Barack Obama, autorizou o Pentágono a chamar tropas da reserva e da Guarda Nacional, se for necessário, para auxiliar na resposta dos EUA ao surto de ebola na África Ocidental.
Obama assinou uma ordem executiva que permite ao governo chamar mais forças e por um período maior do que o autorizado atualmente. Não houve convocação ainda.
Os EUA se comprometeram a enviar até 4 mil militares para a África Ocidental a fim de fornecer logística e assistência humanitária e contribuir com a construção de unidades de tratamento para enfrentar o vírus que se espalha rapidamente. Obama cancelou uma viagem de campanha ontem para ficar na Casa Branca e discutir o ebola.
É o segundo dia consecutivo em que ele adia viagem por causa do surto da doença.