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Cartaz em Monróvia, na Libéria, orienta moradores a parar de lavar cadáveres (uma tradição observada em funerais), a parar de tocar em pessoas doentes e a reportar suspeitas de infecção | Ahmed Jallanzo/Efe
Cartaz em Monróvia, na Libéria, orienta moradores a parar de lavar cadáveres (uma tradição observada em funerais), a parar de tocar em pessoas doentes e a reportar suspeitas de infecção| Foto: Ahmed Jallanzo/Efe

Remédio

Empresa chinesa cede droga experimental à África e planeja testes

Reuters

Uma farmacêutica chinesa com laços militares enviou à África uma droga experimental contra o ebola para utilização pelos trabalhadores humanitários chineses e está planejando realizar ensaios clínicos no continente para combater a doença, disseram ontem os executivos da empresa.

A Sihuan Pharmaceutical enviou vários milhares de doses do medicamento JK-05 para a região, informou o diretor de operações, Jia Zhongxin. Mais doses poderão ser enviadas, se necessário.

O surto de ebola na África Ocidental, o pior já registrado, contaminou mais de 8 mil pessoas e matou pelo menos metade delas. Os governos e companhias farmacêuticas em todo o mundo correm para encontrar um tratamento para a febre hemorrágica, que teve também casos reportados nos EUA e na Europa.

"Os trabalhadores humanitários já levam a droga com eles e, se houver um caso [entre eles], a droga poderá ser usada", acrescentou Huo Caixia, gerente geral assistente da farmacêutica Sihuan.

Casos

Autoridades espanholas relataram ontem a ocorrência de quatro novos casos suspeitos de ebola, inclusive um passageiro febril que começou a tremer durante um voo da Air France para Madri e um padre espanhol que esteve na Libéria recentemente. Três dos casos estão na capital e o quarto nas Ilhas Canárias, onde mais duas pessoas estão sendo monitoradas.

Um grande surto de ebola nos Estados Unidos ou em outros países do Ocidente é improvável, disse ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor de estratégia da OMS, Christopher Dye, disse à BBC que os sistemas de saúde da Europa e dos EUA são fortes, o que torna o surto improvável.

Dye ressaltou que a introdução do vírus nos EUA e na Europa trazia "séria preocupação". Duas enfermeiras foram infectadas nos EUA e uma na Espanha ao cuidar de pacientes contaminados na África.

O surto de ebola na África Ocidental, o pior já registrado, matou mais de 4 mil pessoas. Os países mais atingidos são Libéria, Serra Leoa e Guiné. EUA, Canadá e Reino Unido começaram a vistoriar nos aeroportos os passageiros vindos dos países afetados pela epidemia na África.

A França vai começar o mesmo procedimento a partir de amanhã no aeroporto Charles de Gaulle para os passageiros vindos da Guiné. Ministros da Saúde da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para discutir medidas contra o ebola.

O presidente Barack Oba­­ma se comprometeu na última quarta-feira a agir de modo "agressivo" contra a doença.

Os EUA pediram ao governo espanhol permissão para usar bases aéreas americanas no país em sua operação para combater o ebola na África, segundo um funcionário do Ministério da Defesa disse ontem. O país está enviando cerca de 4 mil soldados para a África Ocidental para ajudar a conter a epidemia (leia mais nesta página).

A ideia é usar as bases como um ponto de trânsito no deslocamento de materiais para construção de hospitais na Libéria e em Serra Leoa.

A decisão deverá ser anunciada hoje, quando o ministro da Defesa espanhol, Pedro Morenes, se encontra com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, em Wa­­shington.

O governo americano tem quatro bases na Espanha: em Morón de la Frontera, em Rota, em Torrejón de Ardoz e em Zaragoza.

Obama autoriza o envio de tropas

Estadão Conteúdo

O presidente dos EUA, Barack Obama, autorizou o Pentágono a chamar tropas da reserva e da Guarda Nacional, se for necessário, para auxiliar na resposta dos EUA ao surto de ebola na África Ocidental.

Obama assinou uma ordem exe­cutiva que permite ao governo chamar mais forças e por um período maior do que o autorizado atualmente. Não houve convocação ainda.

Os EUA se comprometeram a enviar até 4 mil militares para a África Ocidental a fim de fornecer logística e assistência humanitária e contribuir com a construção de unidades de tratamento para enfrentar o vírus que se espalha rapidamente. Obama cancelou uma viagem de campanha ontem para ficar na Casa Branca e discutir o ebola.

É o segundo dia consecutivo em que ele adia viagem por causa do surto da doença.

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