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O homem que decapitou seu chefe na França e tentou explodir uma usina de gás na sexta-feira negou que seus atos tiveram uma motivação religiosa, informaram fontes ligadas à investigação nesta segunda-feira (29).

No domingo, ele confessou o crime, mas sem revelar as razões. As autoridades investigam agora a presença de bandeiras islâmicas na cena do crime e o fato de o suspeito ter enviado uma foto com a cabeça decapitada para um possível contato na Síria.

Yacine Sali, de 35 anos e pai de três filhos, seguiu na sexta-feira em uma caminhonete até a usina da empresa americana Air Products, onde provocou uma explosão que não deixou feridos. Um pouco depois, os bombeiros encontraram uma cabeça decapitada no local. A vítima era Hervé Cornara, de 54 anos, o chefe de do homem preso.

“Ele não explicou o motivo de ter colocado a cabeça ou o grito de “Alahu Akbar”(“Deus é grande”) quando os bombeiros o prenderam”, disse a fonte, que pediu anonimato.

Apesar do criminoso negar motivações islamitas, a polícia descobriu que o suspeito enviou uma “selfie“ macabra com a cabeça cortada para um contato no Canadá. As forças de segurança suspeitam que a imagem foi destinada a um jihadista francês que luta na Síria.

O homem já era conhecido pelo serviço de inteligência por sua radicalização e foi detido em 2006. Entre 2011 e 2014, Sali foi apontado por seus vínculos com o movimento salafista, mas a investigação não foi renovada e sua ficha judicial estava limpa.

A mãe e a irmã do suspeito que foram interrogadas pela polícia e depois libertadas. Elas afirmaram que o suspeito viajou à Síria em 2009, antes da explosão do conflito no país e da implantação do grupo Estado Islâmico. No entanto, a polícia não tem evidências da viagem.

A França é o recordista entre os países europeus que enviam cidadãos para se unir aos extremistas. Do total de cinco mil europeus recrutados pelo Estado Islâmico, segundo especialistas, mais de 1.400 são franceses — o serviço de segurança afirma que a cifra pode chegar a 1.700.

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