Os policiais ficam de guarda à medida que os veículos chegam ao tribunal em Bruxelas, para o julgamento do suspeito, em 5 de fevereiro de 2018| Foto: THIERRY ROGE/AFP

O único suspeito vivo de ter participado dos ataques em Paris em novembro de 2015, que deixaram 130 mortos, compareceu nesta segunda-feira (5) a um tribunal belga, onde será julgado por ter tentado matar um policial local durante sua fuga.  

CARREGANDO :)

Salah Abdeslam disse que não iria cooperar com o julgamento e criticou o tratamento dado pela Justiça a muçulmanos.  

"O que percebi é que muçulmanos são julgados e tratados da pior maneira possível. Eles são julgados sem piedade. Não há presunção de inocência, não há nada", afirmou ele a juíza Marie-France Keutgen.  

Publicidade

Acompanhado de dois policiais da unidade antiterrorismo da Bélgica, Abdeslam compareceu a corte com cabelo e barba longos -não foram permitidas imagens dele.  

"Eu não quero responder nenhuma questão", completou. "Deixem que baseiem o caso em indícios forenses e evidências tangíveis, eu não vou comentar sobre isso para satisfazer a opinião pública", afirmou.  

"Eu permanecerei em silêncio. Este é um direito que tenho e meu silêncio não faz de mim um criminoso ou culpado. Está é minha defesa e me defenderei me mantendo em silêncio", afirmou ele, em sua primeira aparição pública desde que foi capturado, no início de 2016.  

Após o ataque em Paris em 2015, Abdeslam fugiu para a Bélgica, seu país natal. Em março de 2016, uma equipe de policiais o encontrou durante uma busca de rotina em um apartamento em Bruxelas.  

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade

Na sequência, houve uma troca de tiros que deixou três policiais feridos, permitindo que Abdeslam escapasse. Mas ele acabou capturado quatro dias depois e foi enviado para uma prisão próxima a Paris.  

Nesta segunda (5), foi transferido de volta para a Bélgica para participar do julgamento em Bruxelas, mas após o fim do caso deve retornar à França para ser julgado por sua participação nos ataques, algo que só deve acontecer no próximo ano.  

Abdeslam tem ascendência marroquina e cidadania francesa, mas nasceu e cresceu na Bélgica. Autoridades acreditam que ele sobreviveu ao ataque em Paris porque a bomba que usava no corpo não funcionou corretamente.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]