Gina DeJesus faz sinal ao reencontrar a família| Foto: John Gress/Reuters

Ariel Castro, de 52 anos, será indiciado hoje no tribunal de Cleveland, no estado de Ohio, depois de autoridades locais levantarem acusações de sequestro e abuso sexual contra ele. A informação foi dada pelo procurador municipal Victor Perez em entrevista coletiva. Os irmãos de Castro, Pedro e Onil, de 54 e 50 anos, não foram acusados por enquanto.

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Mais cedo, ontem, uma carta de suicídio, escrita por Ariel Castro, foi encontrada na casa onde as três jovens foram mantidas em cativeiro durante anos. De acordo com fontes policiais, Ariel coloca a culpa nas vítimas por entrarem com ele no carro quando foram sequestradas.

No texto, ele também alega ser viciado em sexo e diz que precisa de ajuda por causa de problemas familiares e por ter tido uma infância pobre.

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Na segunda-feira, Amanda Berry, de 27 anos, uma das jovens, conseguiu escapar do local onde estava presa. Ontem, ela e Gina DeJesus deixaram o hospital e ganharam festas ao chegarem em casa.

A irmã de Amanda agradeceu a atenção que os jornais têm dado ao caso, mas pediu que os veículos respeitem a privacidade da família até que esteja preparada para falar.

Gina, 23 anos, foi recebida pela família e dezenas de balões, flores e cartazes carinhosos de desconhecidos. Já a terceira mulher libertada, Michelle Knight, de 32 anos, permanece internada em um hospital local, de acordo com informações de emissoras americanas.

O desaparecimento de Michelle não recebeu tanta atenção da polícia quanto os de Gina e Amanda porque ela, ao perder contato com a família, já era adulta. Segundo reportagem da revista eletrônica Slate, a família não desconfiava de sequestro e temia que ela tivesse fugido de casa.

Amanda dava aulas à filha no cativeiro. A menina, identificada como Jocelyn, de 6 anos, pode ser filha de Ariel Castro. A menina teria nascido em uma piscina inflável dentro de casa, de acordo o conselheiro municipal Brian Cummins em entrevista à emissora ABC.

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A história dos sequestros têm vários detalhes bizarros. De acordo com vizinhos, ao longo dos anos, Ariel Castro ajudou nas buscas pelas garotas desaparecidas e participou de vigílias.

Como quase todos na comunidade, formada principalmente por porto-riquenhos, Castro pareceu abalado em 2004 com os sequestros.

Família

Filho de suspeito falava pouco com o pai e fazia visitas raras a sua casa

O filho de Ariel Castro, Anthony Castro, em entrevista ao jornal Daily Mail, de Londres, disse que falava poucas vezes por ano com o pai e raramente visitava sua casa. Em sua última visita, duas semanas atrás, Anthony disse que o pai não permitiu que ele entrasse.

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"A casa estava sempre trancada", disse ele. "Havia lugares onde nunca pudemos ir. Havia travas no porão, no sótão e na garagem". Anos atrás, Anthony, que vive hoje em Columbus, escreveu um artigo para um jornal comunitário em Cleveland a respeito do desaparecimento de Gina DeJesus. Na época, semanas depois do sequestro, ele era estudante de jornalismo. "É indescritível o fato de eu ter escrito sobre isso dez anos atrás e descobrir que o caso está tão perto da minha família", disse ele ao jornal The Plain Dealer.