O FBI interrogou "Misha", cujo nome verdadeiro é Mikhail Allakhverdov, suspeito de ter incentivado a conversão ao islamismo de Tamerlar Tsarnaev, o checheno de 26 anos que seria o cabeça do atentado à Maratona de Boston. A informação, publicada pelo repórter Christian Caryl, do "New York Review of Books", foi confirmada por uma fonte do governo à rede CNN, nesta segunda-feira (29). Mas o armênio, que tem colaborado com as investigações, nega ter influenciado o jovem ou participado de alguma maneira do ataque, que matou três pessoas e deixou mais de 280 feridos.

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O homem de 39 anos, que vive em Rhode Island, entregou seu computador e celular aos investigadores. Ele confirmou ter sido professor de Tamerlan.

"Eu não fui seu mentor. Se eu tivesse sido, tenho certeza que ele nunca faria nada parecido com aquilo", disse Allakhverdov ao "New York Review of Books".

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Ele começou a ser procurado pelo FBI depois que Ruslan Tsarni, tio dos irmãos Tsarnaev, o acusou de ter feito lavagem cerebral em Tamerlan, em uma entrevista à CNN.

"Tudo começou em 2009. E começou ali mesmo, em Cambridge. Essa pessoa tirou o cérebro dele. Fez uma lavagem cerebral completa", afirmou Tsarni logo após os ataques.

Allakhverdov disse ter conhecido Tamerlan em Boston, onde viveu até cerca de três anos atrás. Desde então, eles não tiveram qualquer contato. "Misha" recusou-se a descrever a natureza de sua familiaridade com Tamerlan ou com a família Tsarnaev, mas disse que nunca conheceu os parentes que o acusam de radicalizar o jovem checheno.

Segundo a reportagem do "New York Review of Books", ele vive em um bairro de classe média baixa, em um apartamento modesto, com seus pais idosos. "Misha" confirmou ter se convertido ao Islã e conhecido Tamerlan Tsarnaev, mas negou qualquer participação nas explosões. De ascendência armênia-ucraniana, Allakhverdov é de estatura média e tem uma barba fina e avermelhada.

"Tenho cooperado totalmente com o FBI. Dei o meu computador e meu celular e tudo o que eu quero provar é que não fiz nada. Os agentes disseram que estão prestes a devolvê-los para mim e concluir meu caso", afirmou.

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