O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em ato no Knesset (Parlamento de Israel) na semana passada em homenagem às vítimas do Hamas no ataque de outubro de 2023| Foto: EFE/EPA/DEBBIE HILL/POOL
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A agência de inteligência interna de Israel, o Shin Bet, prendeu nesta segunda-feira (4) um oficial militar como o quinto suspeito no caso de vazamentos de documentos de inteligência do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, segundo informou o jornal local The Times of Israel.

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Na semana passada, outros três militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) e um civil haviam sido detidos devido ao escândalo. O Times of Israel informou que os quatro membros das FDI presos até agora servem em uma unidade de inteligência encarregada de evitar vazamentos.

No domingo (2), a Justiça do país suspendeu a ordem de silêncio sobre a prisão do outro suspeito, Eli Feldstein, que trabalhou como porta-voz do gabinete de Netanyahu.

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Na sexta-feira (1º), o juiz Menachem Mizrahi, do Tribunal de Magistrados de Rishon Lezion, disse num comunicado que os investigadores suspeitam que o vazamento de informações confidenciais teria prejudicado a realização de objetivos de guerra de Israel, relativos a negociações para libertar os cerca de cem reféns que o grupo terrorista Hamas ainda mantém na Faixa de Gaza.

Os suspeitos teriam vazado e distorcido seletivamente documentos do Hamas, obtidos pelas FDI, sobre a estratégia do grupo terrorista nas negociações.

Esse vazamento foi a base de reportagens publicadas pelo jornal alemão Bild e pelo britânico The Jewish Chronicle, segundo as investigações.

A publicação coincidiu com uma semana turbulenta na política interna após a descoberta, em 1º de setembro, dos corpos de seis reféns israelenses na Faixa de Gaza, cujas autópsias mostraram que eles haviam sido mortos poucas horas antes de serem encontrados.

As mortes dos reféns também coincidiram com a aprovação pelo gabinete de segurança israelense de novas exigências para negociações com o Hamas sobre um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

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O evento causou enorme agitação social e levou a uma semana de protestos com a participação de milhares de pessoas.

Em 2 de setembro, Netanyahu deu uma entrevista coletiva na qual mostrou um documento atribuído ao Hamas, segundo o qual a organização islâmica poderia estar tentando retirar os reféns pelo Corredor Filadélfia (fronteira de Gaza com o Egito) e depois levá-los para o Irã.

Nos dias seguintes, tanto The Jewish Chronicle quanto o Bild publicaram artigos sobre o assunto, citando documentos do grupo terrorista islâmico.

O primeiro referiu-se ao plano mencionado por Netanyahu na entrevista, e o segundo se referiu à estratégia do Hamas de pressão psicológica sobre as famílias dos reféns.

Pouco tempo depois, o próprio primeiro-ministro reagiu ao texto do Bild criticando as famílias que estão se manifestando contra seu governo e exigindo que ele chegue a um acordo com o Hamas para conseguiu o retorno dos reféns para casa, acusando-as de cair “na armadilha do Hamas” para “gerar divisão” em Israel.

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As FDI foram forçadas a responder aos vazamentos assegurando que o documento citado pelo Bild continha as recomendações escritas de um comandante do Hamas de médio escalão - e não de seu então líder, Yahya Sinwar, como o jornal insinuou - e afirmou que sua divulgação “constituía uma ofensa grave” que seria investigada.

O tumulto com esses meios de comunicação estrangeiros também levou os rivais políticos de Netanyahu a acusá-lo de ter participado dos vazamentos para se beneficiar deles e atrasar o acordo de cessar-fogo em Gaza.

“Se Netanyahu não sabia que seus colaboradores mais próximos estavam roubando documentos, operando espiões dentro do Exército, falsificando documentos, expondo fontes de inteligência e passando documentos secretos para jornais estrangeiros para impedir o acordo, o que ele sabe?”, escreveu o líder opositor e ex-primeiro-ministro Yair Lapid no X.

Na sexta-feira, o gabinete de Netanyahu disse num comunicado que ninguém da equipe do premiê foi detido. Porém, a imprensa israelense destacou informações de analistas de que alguns assessores que trabalham para o primeiro-ministro não são formalmente empregados pelo gabinete, o que seria o caso do porta-voz que foi preso.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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