Cinco homens acusados de tramar os ataques de 11 de setembro de 2001, incluindo Khalid Sheikh Mohammed, o suposto autor intelectual dos ataques, serão levados da prisão militar de Guantánamo para serem julgados em uma corte criminal de Nova York, disse nesta sexta-feira uma autoridade do governo Obama.
Os cinco estavam sendo julgados por comissões militares norte-americanas em Guantánamo, mas a administração Obama prometeu fechar a prisão controversa e transferir alguns dos casos à Justiça criminal tradicional para serem julgados.
Alguns acusados, entretanto, ainda serão julgados por tribunais militares, entre eles o suspeito de ser o mentor intelectual do ataque ao navio de guerra norte-americano USS Cole, no Iêmen, Abd al-Rahim al Nashiri, disse a fonte do governo, que se negou a ser identificada.
De acordo com o funcionário, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, deve anunciar oficialmente as decisões ainda nesta sexta-feira.
A iniciativa é um dos primeiros passos importantes tomados pela administração do presidente Barack Obama para fechar a prisão de Guantánamo, o que Obama prometeu fazer até 22 de janeiro de 2010.
Contudo, Obama e sua equipe vêm enfrentando diversos obstáculos políticos e diplomáticos, e alguns funcionários da administração, falando reservadamente, admitem que talvez seja difícil cumprir o prazo previsto.
Há 215 detentos no campo de detenção criado pela administração George W. Bush no início de 2002 para abrigar suspeitos de terrorismo.
Os julgamentos em Nova York provavelmente provocarão algumas reações fortes, especialmente porque foi em Nova York que os ataques de 2001 destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, matando quase 3.000 pessoas.
Alguns aliados-chave dos EUA hesitam em receber detentos de Guantánamo que foram inocentados de ligações com o terrorismo, e alguns dos adversários políticos de Obama nos EUA não querem que os julgamentos aconteçam em solo norte-americano.
Republicanos argumentam que Guantánamo já possui as instalações necessárias para julgar e prender os suspeitos de terrorismo. Eles dizem, também, que as comunidades que abrigarem os presos poderão se tornar alvos de ataques.
Mas a administração de Obama e outros democratas alegam que as cortes e prisões dos EUA já lidaram com dezenas de suspeitos de terrorismo antes e que é preciso fechar Guantánamo, que maculou a reputação dos EUA no exterior.
A Casa Branca pressionou o Congresso a rever as comissões militares para analisar as preocupações levantadas por grupos de defesa dos direitos humanos. Legisladores acabaram por proibir o uso de confissões obtidas em interrogatórios duros e dificultar o uso de evidências baseadas em relatos de terceiros.
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