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Suspenso veto a Shannon para a Embaixada dos EUA no Brasil

O veto à nomeação de Thomas Shannon para a Embaixada dos EUA em Brasília foi suspenso nesta quinta-feira (17) pelo senador republicano George LeMieux. A decisão foi tomada depois de o Departamento de Estado concordar em normalizar os procedimentos para a emissão de vistos em Honduras.

Esta foi a segunda vez que o nome de Shannon havia sido vetado. O senador Joe DeMint, republicano, suspendeu o veto anterior em 5 de novembro, que também era imposto à indicação de Arturo Valenzuela para subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, que cuida de questões latino-americanas. Sem estes dois representantes, o governo americano passou a ser visto como acéfalo para questões da América Latina, enfrentando dificuldades para lidar com a crise hondurenha.

LeMieux decidiu impor veto, assim que DeMint o retirou, por discordar das posições da Casa Branca em relação à crise hondurenha. Representante da Flórida, onde existe uma expressiva população hispânica, o senador, assim como a maior parte de seu partido, afirma que a deposição de Manuel Zelaya foi constitucional. Já a administração de Barack Obama classifica como golpe.

Para pressionar o governo, o republicano decidiu impor o veto a Shannon com o argumento de que o diplomata, que oficialmente ainda exercia o cargo de subsecretário de Estado, participou das negociações para um acordo no impasse hondurenho que não previa a suspensão de restrições ao governo de facto de Honduras. Os vistos, que eram uma destas medidas impostas pelos EUA, haviam deixado de ser emitidos em agosto. O senador também impôs condições relacionadas a Cuba para levantar o veto, que dificulta a aprovação de um embaixador. Depois de o governo de Obama reconhecer a eleição de Porfírio Pepe Lobo para a Presidência de Honduras, apesar de ter sido organizada pelo governo de facto, opositores republicanos e a Casa Branca voltaram a se aproximar.

Caso nenhum outro membro do Senado imponha o veto, Shannon deve ser o próximo embaixador dos EUA em Brasília. De acordo com o Departamento de Estado, a falta de um representante no Brasil dificultou a programação de uma visita de Obama ao País, que deve ocorrer no próximo ano, ou mesmo da secretária de Estado, Hillary Clinton. Até agora, a mais alta autoridade deste governo a visitar a capital brasileira é o assessor de segurança internacional da Casa Branca, o general Jim Jones.

Perguntado se o seu veto prejudicou a imagem dos EUA na região, LeMieux respondeu que as críticas não importavam. "Acredito que fiz o correto. Creio que nos esquecemos da América Latina. Fizemos avanços nos últimos 30 anos, mas retrocedemos recentemente", afirmou o senador, acrescentando que a secretária de Estado concorda com ele.

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