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Líder da oposição de Mianmar sorri ao chegar em Bangcoc, na Tailândia | AFP PHOTO/Christophe ARCHAMBAULT
Líder da oposição de Mianmar sorri ao chegar em Bangcoc, na Tailândia| Foto: AFP PHOTO/Christophe ARCHAMBAULT

A ativista birmanesa Aung San Suu Kyi chegou na noite desta terça-feira (horário local) a Tailândia, sua primeira viagem internacional em mais de duas décadas, informou a agência France Presse. Suu Kyi chegou às 22h (12h em Brasília) em Bangcoc, onde vai se reunir com o primeiro-ministro tailandês, participar do Fórum Econômico Mundial para a Ásia Oriental e encontrar-se com integrantes da comunidade birmanesa durante os dias em que permanecerá no país.

Durante 24 anos Suu Kyi esteve ou em prisão domiciliar ou temeu que, se deixasse Mianmar, o governo não permitiria seu retorno.

Com a posse de um novo governo eleito no ano passado e com a escolha de integrantes de seu partido para cadeiras no Parlamento neste ano, ele pode comemorar pelo menos uma vitória parcial de sua longa luta política.

Logo depois da viagem à Tailândia, ela fará um breve retorno a Mianmar e viajará para a Europa em meados de junho, com paradas em Genebra e Oslo, onde vai formalmente receber o prêmio Nobel da Paz que ganhou 21 anos atrás.

Em Dublin, ela vai dividir o palco com o canto Bono Vox, do U2, fiel partidário de Suu Kyi, durante um show em sua homenagem. Na Inglaterra, ela terá a rara honra de discursar para as duas casas do Parlamento. Segundo o Ministério de Relações Exteriores francês ela também pretende visitar Paris.

A viagem representa o último passo da incrível trajetória de Suu Kyi, que de dona de casa passou a prisioneira política e líder opositora no Parlamento, na medida em que Mianmar se abre para o mundo após meio século de ditadura militar. Encontros com líderes mundiais estão planejados para acontecer durante a viagem.

A última vez que a ativista de 66 anos havia deixado seu país natal foi um ano antes da queda do muro de Berlim, em abril de 1988, quando ela viajou de Londres para Mianmar para cuidar de sua mãe, que estava morrendo.

Até aquele momento ela tivera uma vida internacional, tendo passado parte da infância na Índia, onde sua mãe foi embaixadora. Suu Kyi estudou em Oxford, trabalhou para a Organização das Nações Unidas em Nova York e no Butão e se casou com o acadêmico britânico Michael Aris. Seus dois filhos foram criados na Inglaterra.

Suu Kyi voltou a Mianmar no momento em que ocorria um levante contra o regime militar. Como filha do general Aung San, herói da independência do país, ela foi empurrada para o primeiro plano das manifestações até que os militares brutalmente esmagaram os protestos e a colocaram em prisão domiciliar em 1989. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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