O médico socialista Tabaré Vázquez assume a presidência do Uruguai pela segunda vez neste domingo (1º), com a promessa de continuar as políticas sociais dos últimos dez anos. Mas a festa de despedida do presidente José Pepe Mujica foi na sexta (27), quando uma pequena multidão lotou a Praça da Independência, no centro de Montevidéu, para homenagear o homem que colocou o pequeno país no mapa. As informações são da Agência Brasil.
“Até Mujica virar presidente, ninguém sabia muito bem o que era o Uruguai - agora estamos cheios de estrangeiros que querem morar aqui para seguir o exemplo de vida de Pepe”, explicou à Agência Brasil o comerciante Pablo Macarena.
O ex-guerrilheiro, que passou 13 anos preso na ditadura uruguaia, não renovou o guarda-roupa, nem trocou de casa ou carro, quando assumiu a presidência, em 2010. Mujica ganhou o apelido de presidente mais pobre do mundo por seu estilo austero - ele doa quase todo o salário para financiar obras sociais e dirige um velho fusca (que um xeque árabe quis comprar por US$ 1 milhão, e Mujica se recusou a vender).
Na festa de despedida, Mujica recebeu de presente a bandeira uruguaia, que o acompanhou nos cinco anos de governo. O presidente agradeceu o povo pelo carinho, mas também pelas críticas. “Querido povo, obrigado por seus abraços, por suas críticas, por seu carinho e, sobretudo, obrigado por seu companheirismo todas as vezes nas quais me senti sozinho na presidência”, disse Mujica.
Tabaré Vázquez, que foi à despedida, prometeu continuar as políticas sociais de seu primeiro governo e do governo de Mujica. “Vamos seguir adiante com esse processo de desenvolvimento, que foi tão importante e que mudou o país nos últimos dez anos”, disse Vázquez em rápida entrevista na Praça da Independência.
Neste sábado (28), véspera da posse de Tabaré Vázquez, Pepe Mujica inaugura um parque de energia eólica, acompanhado pela presidenta brasileira, Dilma Rousseff. Depois de passar a faixa presidencial ao seu sucessor, amanhã, Mujica assumirá, no Parlamento uruguaio, a cadeira de senador pela Frente Ampla, coligação de partidos de centro-esquerda, que está no poder.
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