O premiê da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, declarou estado de exceção ontem na capital, Bangcoc, após cerca de 5.000 manifestantes antigoverno invadirem o Parlamento. Alguns parlamentares escalaram um muro para fugir num helicóptero. Os manifestantes deixaram o local 20 minutos depois.
É a segunda vez que o governo tailandês recorre ao estado de exceção para conter os protestos. A primeira foi em abril de 2009, quando os chamados "camisas vermelhas" invadiram um evento internacional.
O estado de exceção permite ao Exército assumir a segurança, proibir protestos, declarar toque de recolher e impedir a mídia de divulgar notícias que possam "gerar pânico".
Os protestos já duram quatro semanas nas quais os "camisas vermelhas" chegaram a jogar litros do próprio sangue na sede do governo e na casa do premiê, de quem exigem renúncia.
Partidários do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 e hoje em exílio, pedem eleições antecipadas.
Em negociações exibidas na tevê, eles rejeitaram proposta de dissolver o Parlamento em dezembro, um ano antes do previsto. Os camisas vermelhas que ocupam o centro comercial de Bangcoc desde sábado prometem seu maior ato. "Vamos declarar guerra", disse Arisman Pongruangrong, um dos líderes do movimento.
Os "vermelhos" contam com o apoio dos camponeses do norte da Tailândia, reduto de Thaksin. Há 20 dias, organizam pequenas concentrações durante a semana e grandes protestos aos sábados e domingos.
Os manifestantes exigem o restabelecimento da ordem constitucional em vigor antes do golpe de Estado militar de 2006 contra Thaksin, que consideram o único político preocupado com os pobres.
Mas o atual governo odeia o ex-premiê, que é acusado de especulação e nepotismo, além de ser considerado uma ameaça para a monarquia.
O atual premiê, que trabalha numa instalação militar por razões de segurança, foi à tevê, horas após a invasão do Parlamento, dizer que o governo não deve usar a força para dispersar a multidão.
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