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Pandemia de coronavírus

Taiwan acusa OMS de ter ignorado informações sobre coronavírus na China. Entenda as críticas

Crianças usando máscaras de proteção deixam escola primária em Nova Taipé, Taiwan, 3 de março de 2020 (Foto: Sam Yeh / AFP)

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O governo dos Estados Unidos não é o único que está em meio a uma disputa com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade recebeu também acusações de Taiwan, que diz que a OMS ignorou comunicados que enviou no início da pandemia do novo coronavírus.

O governo taiwanês disse que não recebeu respostas da OMS a um pedido de informação feito em 31 de dezembro a respeito do surto originado em Wuhan, na China. O comunicado alertava sobre casos de "pneumonia atípica" na cidade chinesa e perguntava sobre uma possível contaminação entre pessoas.

A OMS negou que foi alertada por Taiwan sobre o potencial de transmissão pessoa a pessoa do vírus.

Mas no sábado, o Centro para o Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) de Taiwan divulgou o conteúdo do comunicado que enviou para a OMS em 31 de dezembro, que alertava sobre pelo menos sete casos de pneumonia atípica de que tinham conhecimento em Wuhan.

"Em resposta à negação da OMS de que Taiwan havia alertado sobre a possibilidade de transmissão de Covid-19 entre pessoas, o CDC" revelou o conteúdo das cartas.

O CDC de Taiwan "soube por fontes online que houve pelo menos sete casos de pneumonia atípica" em Wuhan, diz o comunicado divulgado no sábado. Na China, o termo "pneumonia atípica" é "frequentemente usado para se referir à SARS, uma doença transmitida entre humanos causada por coronavírus", continua o comunicado.

Após o seu questionamento, diz o CDC, a OMS respondeu apenas com uma mensagem curta afirmando que a informação de Taiwan tinha sido encaminhada a especialistas.

Taiwan alega que a abordagem da OMS privou a ilha de informações adequadas para que pudesse se preparar a tempo de conter o vírus.

Suspeitando da possível transmissão da doença entre pessoas, Taipei colocou em prática controles de fronteira e medidas de quarentena no mesmo dia em que mandou o comunicado à OMS. "Essas medidas incluíam o monitoramento de passageiros vindos de Wuhan antes do seu desembarque", disse o CDC.

A OMS é criticada no cenário internacional por não aceitar Taiwan como membro, já que Pequim a considera parte do território chinês e que, portanto, não teria direito a pertencer a organismos internacionais. Taiwan, localizada a cerca de 180 quilômetros da costa da China, se considera uma nação independente há 70 anos.

O combate ao vírus em Taiwan

A proximidade e os laços culturais e econômicos de Taiwan com a China deveriam ter tornado o país mais vulnerável ao novo coronavírus. No entanto, Taiwan tem tido sucesso em conter o vírus.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, deu uma das respostas mais rápidas à pandemia no mundo. No dia 31 de dezembro, ela determinou que todos os passageiros retornando de Wuhan deveriam ser investigados. Somente alguns dias depois é que a OMS viria a declarar que o vírus era transmissível entre humanos.

Em janeiro, dois meses antes de a OMS declarar a pandemia, Tsai apresentou 124 medidas para evitar que o vírus se espalhasse sem ter de recorrer ao isolamento total, que viria a ser adotado em vários países mais tarde. Hoje, Taiwan contabiliza um saldo de 395 casos e seis mortes.

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