Cabul O governo do Afeganistão terá até a meia-noite de hoje para libertar os militantes do Taleban presos, em troca dos 22 missionários sul-coreanos que foram seqüestrados e permanecem vivos. A ameaça partiu do porta-voz do grupo fundamentalista Taleban. Segundo o grupo, este será o prazo final para a troca de prisioneiros. O aviso ocorreu um dia após o Taleban matar o primeiro refém um pastor de 42 anos, que foi morto a tiros.
O governo da Coréia do Sul se disse ultrajado com a morte do refém e disse que os responsáveis serão levados à Justiça. "Se a administração de Cabul não atender às nossas exigências, então não teremos opção a não ser matarmos os reféns sul-coreanos", disse Qari Yousef Ahmadi, suposto porta-voz do Taleban. "O Taleban não pede dinheiro. Nós só queremos trocar os prisioneiros nossos pelos reféns sul-coreanos. Quando eles forem soltos, o Taleban libertará os sul-coreanos", afirmou Ahmadi em entrevista por telefone.
Ahmadi disse que o vice-ministro do Interior do Afeganistão, o major general Muhammad Munir Mangal, contatou o Taleban e disse que o governo tomará uma decisão a respeito dos pedidos dos militantes até a noite de hoje.
Os 22 reféns sul-coreanos, entre os quais estão 18 mulheres, foram separados pelo Taleban em pequenos grupos e estão sendo alimentados com pão, iogurte e arroz, disse Ahmadi. Enquanto isso, negociadores afegãos falam por telefone com integrantes do Taleban para conseguir a libertação dos reféns.
As autoridades recolheram na quarta-feira o corpo do sul-coreano morto, Bae Hyung-kyu, no distrito de Qarabagh, província de Ghazni. Os sul-coreanos foram seqüestrados na província em 19 de julho. Bae, um fundador da Igreja Presbiteriana Saemmul, levou seus voluntários a trabalhar no Afeganistão e foi morto na quinta-feira, dia do seu aniversário, informou a Igreja Presbiteriana Saemmul.
O presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, conversou ontem com o presidente afegão, Hamid Karzai, com quem acertou uma ampla cooperação em prol da libertação dos outros 22 reféns.