Os talebãs comemoraram nesta sexta-feira o sucesso de sua luta durante a última década e disseram que a continuação da presença neste país das forças internacionais só trará "mais humilhação" aos Estados Unidos.
"Uma estadia prolongada das tropas dos EUA não apresentará nenhum resultado, somente despesas, erros e humilhação", afirmaram em comunicado, citado pela agência local "AIP" e divulgado no 10º aniversário da invasão do Afeganistão.
O movimento fundamentalista islâmico destacou que graças a sua "alta moral", "a fé em Alá" e "os grandes sacrifícios" se manteve "viva a jihad (guerra santa)" contra as forças da Otan, que acabou forçando sua retirada.
"A ocupação permanente agora virou marcha de retirada", ressaltaram os insurgentes, que aproveitaram para acusar os EUA de cometer "todo tipo de crime para conseguir sua expansão imperialista".
Os EUA invadiram o Afeganistão uma década depois que o regime taleban do Mulá Omar se negou a entregar Osama bin Laden após os atentados de 11 de setembro de 2001.
O líder da Al-Qaeda morreu em maio em uma operação unilateral das forças especiais americanas no Paquistão e pouco depois, em julho, as tropas da Otan - cerca de 130 mil homens atualmente - iniciaram sua retirada gradual do Afeganistão.
Este processo, que vem acompanhado da transferência da responsabilidade de segurança às forças afegãs, deve terminar em 2014, se forem respeitados os prazos previstos.
Até agora, o conflito ocasionou, segundo um recente relatório da universidade americana de Brown, entre 34 e 46 mil mortes - uma quantidade que inclui estrangeiros e afegãos, entre eles até 14 mil civis, segundo os cálculos mais pessimistas.
Segundo o portal icasualties.org, nestes dez anos 2.753 soldados internacionais morreram, mais de 60% deles desde 2009, ano a partir do qual o conflito se intensificou.