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Rezadeiras paquistanesas e policiais de fronteira em frente aos caixões de cadetes paramilitares mortos em duplo atentado suicida em Bannu | AFP
Rezadeiras paquistanesas e policiais de fronteira em frente aos caixões de cadetes paramilitares mortos em duplo atentado suicida em Bannu| Foto: AFP
  • Funcionário de hospital carrega homem ferido durante um ataque a bomba em uma academia de paramilitares na cidade de Charsadda, no Paquistão

Suicidas atacaram uma academia de paramilitares nesta sexta-feira no Paquistão matando 80 pessoas. A ação é uma vingança do Taleban à morte de Osama bin Laden e acontece na medida em que o Paquistão não mostra sinais de que a sua raiva diminuiu contra o ataque dos Estados Unidos para buscar o líder da Al Qaeda em seu território.

Forças especiais dos EUA vieram do Afeganistão para encontrar e matar Bin Laden em seu esconderijo em uma cidade no norte do Paquistão no início do mês.

O Paquistão saudou a morte de Bin Laden como um passo importante contra a militância, mas se mostrou indignado pela maneira que os EUA fizeram isso, dizendo que o país violou a sua soberania.

Por outro lado, a descoberta que Bin Laden estava vivendo na cidade de Abbottabad, próximo à maior academia militar paquistanesa, aumentou as suspeitas nos norte-americanos de que as forças de segurança do Paquistão sabiam do seu esconderijo.

Os seguidores de Bin Laden juraram vingança pela sua morte e o Taleban paquistanês disse nesta sexta-feira que o ataque de dois homens-bomba contra uma academia paramilitar na cidade ao noroeste de Charsadda é a primeira mostra de vingança.

"Haverá mais", disse o porta-voz dos militantes Ehsanullah Ehsan em entrevista por telefone em uma região não revelada.

O ataque ocorreu na saída dos recrutas e 65 deles estavam entre os 80 mortos. Poças de sangue com quepes de soldados e sapatos ocupavam a estrada do lado de fora da academia enquanto os feridos, olhando pasmos para as suas roupas retalhadas por estilhaços, eram colocados em caminhões.

Shahid Ali, 28, estava no caminho para a sua loja quando as bombas explodiram. Ele tentou ajudar os sobreviventes. "Um garoto, que estava caído perto de uma van destruída, me pediu para levá-lo ao hospital. Eu consegui ajuda e o colocamos em um veículo", disse Ali.

O ataque à bomba foi um sinistro lembrete da ameaça militante que o Paquistão enfrenta, mesmo que a descoberta de Bin Laden a 50 km da capital levante suspeita sobre o jogo duplo paquistanês.

O Taleban paquistanês, aliado próximo da Al Qaeda, está lutando para derrubar o governo do país, que é dono de arsenal atômico, para impor a sua visão de regime islâmico.

O Paquistão utiliza há tempos os militantes como estratégia contra o seu antigo rival Índia. Acredita-se que o país auxilie algumas facções mesmo enquanto enfrenta outras.

O país refutou as acusações de que as suas agências de segurança sabiam onde era o esconderijo de Bin Laden, dizendo que isso era uma insinuação absurda.

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