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Policiais e parentes se despedem dos mortos no ataque à academia de polícia de Lahore | Faisal Mahmood / Reuters
Policiais e parentes se despedem dos mortos no ataque à academia de polícia de Lahore| Foto: Faisal Mahmood / Reuters

Um comandante da milícia fundamentalista islâmica Taleban reivindicou em nome do grupo nesta terça-feira (31) a autoria de um ataque perpetrado no dia anterior contra uma academia de polícia no leste do Paquistão. Ele afirmou ainda que o grupo pretende promover um ataque a Washington.

Baitullah Mehsud, por quem os Estados Unidos oferecem recompensa de US$ 5 milhões, disse que o ataque da segunda-feira à academia de polícia de Lahore foi uma retaliação aos disparos de mísseis americanos na região de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.

"Em breve promoveremos um ataque não no Afeganistão, mas em Washington, que deixará o mundo todo perplexo", assegurou Mehsud em conversa por telefone com a Associated Press. Ele não forneceu detalhes. Numa entrevista à rádio local Dawa, Mehsud identificou a Casa Branca como um dos alvos na capital americana.

Um porta-voz do FBI, Richard Kolko, disse que o órgão em que trabalha não tem informações sobre nenhuma ameaça específica ao território norte-americano. "Ele fez ameaças similares aos EUA no passado", lembrou.

Acredita-se que Mehsud e outros líderes do Taleban estejam escondidos nas áreas autônomas paquistanesas próximas da fronteira com o Afeganistão.

O líder do Taleban também reivindicou em nome do grupo um ataque suicida com carro-bomba no qual morreram quatro soldados paquistaneses no distrito de Bannu, na segunda-feira, e um ataque suicida contra uma delegacia em Islamabad no qual morreu um policial, na semana passada.

Mais cedo, o Fedayn al-Islam, um grupo menos conhecido ligado ao próprio Taleban, reivindicou a autoria do ataque de segunda-feira à academia de polícia, no qual morreram sete policiais, dois civis e três militantes.

Omar Farooq, que identificou-se como porta-voz do Fedayn al-Islam, reivindicou também a autoria de um ataque contra a seleção de críquete do Sri Lanka em Lahore no início do mês e ameaçou promover novos atentados caso as forças paquistanesas não se retirem da região de fronteira do Afeganistão e se os EUA não suspenderem os ataques com mísseis à região.

O Ministério de Interior informou nesta terça-feira que o atentado está sendo investigado. No entanto, o ministro paquistanês de Interior, Rehman Malik, comentou na segunda-feira mesmo que dispunha de informações que vinculavam Mehsud ao ataque.

De acordo com Malik, um dos envolvidos no episódio chegou a Lahore há 15 dias procedente do bastião de Mehsud, no Waziristão do Sul, e alugou uma casa na cidade.

Mehsud recusou-se a comentar a alegação do Fedayn al-Islam nem falou sobre que tipo de ligação o grupo tem com o Taleban.

Mehsud ainda foi acusado pelo governo anterior do Paquistão, de Pervez Musharraf, e também pela CIA de estar por trás do assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto. As informações são da Associated Press.

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