Homens-bomba e atiradores talibãs atacaram uma importante base militar no sul da província de Helmand nesta sexta-feira (01). O ataque deixou 23 afegãos das forças de segurança e 20 agressores mortos enquanto uma nova rodada de conversações de paz entre autoridades dos EUA e delegados do Talibã estava em andamento no Qatar.
Não houve vítimas entre as tropas consultivas norte-americanas alojadas na mesma base, disseram autoridades. Mas o ataque, que começou antes do amanhecer, durou até o meio da manhã. As forças afegãs lutaram com insurgentes, armados com lançadores de granadas, que penetraram na base conjunta fortificada.
O Talibã imediatamente assumiu a responsabilidade pelo ataque, que foi o segundo ataque do grupo a um grande alvo militar desde que as negociações de paz começaram há vários meses. Em janeiro, insurgentes atacaram um complexo de treinamento de inteligência afegão, matando 26 pessoas.
Um porta-voz do Talibã, Qari Yousef Ahmadi, disse que o ataque de sexta-feira causou sérios danos a uma frota de helicópteros militares estacionados dentro da base. Um assessor do governador de Helmand negou essa afirmação.
O coronel do exército David Butler, um porta-voz militar dos EUA em Cabul, disse que os fuzileiros navais dos EUA que vivem em outra parte da base responderam a um ataque menor enquanto os afegãos lutaram contra o principal. Eles "mitigaram a ameaça", disse ele em mensagem de texto.
Base americana
A base é importante para os militares norte-americanos porque já foi a sede do Camp Leatherneck, uma vasta base a partir da qual milhares de fuzileiros navais se deslocaram através de Helmand durante o auge da ocupação durante o governo Obama.
Outro porta-voz, o primeiro-tenente Ubon Mendie, disse em um comunicado que a base americana nunca esteve sob séria ameaça. As forças dos EUA apoiaram a unidade afegã, inclusive com apoio aéreo, disse ele.
Ambos os lados do conflito de 17 anos continuaram com ações agressivas enquanto as negociações prosseguiam. Um relatório das Nações Unidas divulgado na semana passada disse que as baixas civis atingiram um número recorde de quase 4.000 no ano passado, devido a uma combinação de ataques aéreos americanos e afegãos, ataques suicidas insurgentes e batalhas terrestres em áreas povoadas.
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Os negociadores do Talibã e dos EUA no Qatar fizeram uma pausa nesta sexta-feira após três dias de discussões, que ambos os lados descreveram como positivas. Zalmay Khalilzad, o enviado especial dos EUA para a paz no Afeganistão, disse no início da semana que esperava que as conversações fossem "significativas", em parte porque os líderes do Talibã haviam enviado um importante funcionário, Abdul Ghani Baradar, para chefiar sua delegação.
Líderes do Talibã disseram que as reuniões desta semana se concentrariam na exigência de retirada total das tropas norte-americanas do Afeganistão, em troca de uma garantia do Talibã de que o solo afegão não seria usado contra interesses americanos ou estrangeiros.
Houve relatos independentes nesta semana de que o presidente Donald Trump planeja retirar cerca de mil soldados este ano. Cerca de 14.000 forças dos EUA estão posicionadas no país.
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