O governo talibã ordenou nessa quinta-feira (10) a demissão de todas as mulheres no Afeganistão que forem trabalhar sem véu na administração pública, além de impedir a entrada de visitantes que não cumpram a regra.
A instrução foi dada durante uma reunião entre representantes de diferentes ministérios para a implementação dos decretos da liderança, informou o Ministério de Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, órgão do governo encarregado pelo cumprimento da lei islâmica e as punições de quem não a segue.
"As mulheres que trabalham na Administração do Emirado - como é chamado o regime talibã - e não usam véu devem ser demitidas, da mesma forma que as mulheres visitantes que não usam véu não poderão visitar os escritórios", diz a norma.
Embora a pasta não forneça detalhes sobre o tipo de véu exigido, em ordens anteriores os fundamentalistas especificaram que o véu deve cobrir as mulheres da cabeça aos pés.
De acordo com a ativista Nahid Noori, “as mulheres e meninas já usam o véu no Afeganistão, e as que trabalharam no governo anterior também usavam o véu, mas agora os talibãs recomendam um estilo próprio de uso do véu”, explicou à Agência EFE.
O Ministério da Virtude também pediu a todos os funcionários do governo que demonstrem seu "caráter e aparência de acordo com a sharia", ou lei islâmica.
Embora o Talibã já tivesse proibido o trabalho das mulheres na maior parte do país, alguns cargos foram mantidos para elas, principalmente nos escritórios dedicados ao atendimento feminino, que também proíbem o contato com homens que não sejam da família ou conhecidos.
O comunicado aconselha todos os ministérios e direções do governo afegão a implementar "totalmente" as regras do Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, em todos os departamentos.
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