Taliban afegão suspende negociações de paz com EUA

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Os insurgentes do Taliban afegão anunciaram nesta quinta-feira a decisão de suspender as negociações de paz com os Estados Unidos por causa da posição "instável, errática e vaga" dos interlocutores.

Negociadores de ambas as partes supostamente já mantiveram contatos preliminares visando à abertura de um escritório de representação do Taliban no Catar, que serviria de contato para um processo de paz.

A ideia dos Estados Unidos era conseguir com isso estabilizar o Afeganistão, facilitando a retirada das suas tropas de combate do país dentro do prazo previsto, até o fim de 2014.

"O Emirado Islâmico decidiu suspender todas as discussões com os norte-americanos realizadas no Catar de agora (quinta-feira) em diante, até que os norte-americanos esclareçam sua posição sobre as questões envolvidas e até que demonstrem disposição em cumprir suas promessas ao invés de perderem tempo", disse o grupo em nota, acrescentando que discussões semelhantes com o governo afegão seriam inúteis e nem chegaram a acontecer.

O anúncio acontece num momento de forte indignação popular dos afegãos contra os Estados Unidos por causa do massacre de 16 civis por um sargento norte-americano no domingo passado na província de Kandahar, sul do país, reduto do Taliban.

O responsável pelo massacre, que não foi identificado, foi transferido nesta semana para o Kuweit, onde aguardará a investigação e o julgamento num centro de detenção. Muitos afegãos queriam que ele fosse julgado no próprio Afeganistão, conforme as leis locais.

Karzai pediu às forças estrangeiras que abandonem todas as aldeias afegãs por causa da chacina e discutiu o assunto com o secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, que faz viagem de dois dias ao país.

"Eu dei a ele (Karzai) garantias, antes de mais nada, de que partilho do seu pesar pelo que aconteceu. Voltei a prometer a ele que estamos procedendo com uma investigação completa aqui, e que vamos levar o indivíduo envolvido à Justiça. Ele aceitou isso", disse Panetta a jornalistas.