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Soldados carregam estudante ferido em ataque a escola no Paquistão | Khuram Parvez/Reuters
Soldados carregam estudante ferido em ataque a escola no Paquistão| Foto: Khuram Parvez/Reuters
  • Estudantes deixam escola onde Taliban faz centenas de reféns
  • Ambulância chega a escola para atender feridos

Ao menos 132 estudantes e nove trabalhadores foram mortos nesta terça-feira (16) quando homens armados do Taliban invadiram uma escola e abriram fogo em Peshawar, no Paquistão, no mais sangrento ataque rebelde dos últimos anos no país.

Mais de oito horas após militantes terem entrado no prédio da escola, os militares declararam o encerramento da operação realizada para combatê-los, e disseram que nove insurgentes foram mortos.

O ataque à escola gerida pelos militares, onde estudavam mais de 1.100 alunos, muitos deles filhos de membros do Exército, atingiu o coração da sociedade militar do Paquistão e representa um golpe certo para enfurecer o poderoso Exército do país.

O movimento radical Taliban assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque. "Escolhemos a escola do Exército para o ataque porque o governo está alvejando nossas famílias e mulheres", disse o porta-voz do Taliban Muhammad Umar Khorasani. "Queremos que eles sintam a dor."

Na parte externa, enquanto helicópteros sobrevoavam, a polícia se empenhava em conter grupos de pais desesperados que tentavam ultrapassar o cordão de isolamento e entrar na escola.

Bahramand Khan, diretor de informação para o gabinete regional do ministro-chefe, disse que ao menos 124 pessoas ficaram feridas. "Pode aumentar", disse ele. Um hospital local disse que os mortos e feridos atendidos tinham entre 10 e 20 anos de idade.

Não ficou claro se algumas ou todas as crianças foram mortas pelos homens armados e homens-bomba ou no confronto subsequente com as forças de segurança paquistanesa que tentavam recuperar o controle do prédio.

O Taliban paquistanês, que luta para derrubar o governo e estabelecer um rígido regime islâmico, tem prometido intensificar os ataques em resposta a grandes operações conduzidas pelo Exército contra insurgentes em áreas tribais.

Os insurgentes têm atacado forças de segurança, postos de controle, bases militares e aeroportos, mas atentados contra alvos civis sem qualquer importância logística são relativamente raros.

Em setembro de 2013, dezenas de pessoas, incluindo muitas crianças, foram mortas em um ataque contra uma igreja, também em Peshawar, cidade extensa e violenta perto da fronteira com o Afeganistão.

Com a operação de resgate em curso, a situação continuava em andamento, com relatos conflitantes sobre o que de fato acontecia dentro da escola.

"Um médico do Exército estava nos visitando e nos ensinando sobre primeiros socorros quando os homens vieram por trás da nossa escola e começaram a atirar", disse um estudante a TV paquistanesa Dunya.

"Nossos professores trancaram a porta e nós nos deitamos no chão, mas eles (os militantes) arrombaram a porta. Inicialmente eles atiraram no ar e depois começaram a matar os estudantes, mas de repente saíram do corredor", acrescentou. "Eles tinham barbas longas, usavam shalwar kameez (largas vestimentas tradicionais) e falavam árabe."

O primeiro-ministro Nawz Sharif condenou o ataque e disse estar a caminho de Peshawar. "Eu não posso ficar recuado em Islamabad. Essa é uma tragédia nacional, provocada por selvagens. Essas eram minhas crianças", afirmou ele em comunicado.

"Essa perda é minha. Esta é uma perda da nação. Estou indo para Peshawar agora e vou supervisionar a operação pessoalmente", acrescentou.

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