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O principal grupo talibã do Paquistão, o TTP, requisitou a autoria da decapitação de 23 membros da principal guarda fronteiriça do país, ação que levou nesta segunda-feira (17) à suspensão provisória dos diálogos de paz, informaram veículos de imprensa locais.

Os talibãs da região tribal de Mohmand reivindicaram em comunicado divulgado no domingo (16) a morte de 23 membros do Frontier Corps que mantinham em cativeiro desde 2010 e atribuíram a uma vingança pela morte de insurgentes em custódia policial.

Em junho de 2012, os talibãs realizaram uma ação similar ao decapitar 15 militares depois de capturá-los em um combate.

A recente ação do TTP foi condenada pelo primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, que definiu o fato como um "crime desumano" e lamentou que a cada vez que se chega a um ponto "encorajador" no processo de paz, esse "é sabotado", divulga o canal "Geo".

A decapitação dos soldados provocou a suspensão da reunião prevista para hoje entre emissários do governo e a insurgência dentro da rodada de negociações iniciada há 11 dias.

O porta-voz dos delegados governamentais, Irfán Sidiqui, afirmou em um comunicado enviado no meio-dia de hoje que esse tipo de ação "prejudicam o diálogo" e que sua equipe se reunirá amanhã para analisar a situação.

Outro integrante da delegação, o veterano jornalista Rahimulá Yusufzai, declarou à emissora local "Express" que a brutal execução dos guardas é um "incidente preocupante" que "aumenta a pressão sobre o governo".

Por sua vez, os três clérigos da equipe negociadora do TTP se reuniram nesta manhã na cidade de Akora Khattak, situada a meio caminho entre Islamabad e a cidade noroeste de Peshawar.

O anúncio da ação insurgente chega no momento em que vários jornais locais apontavam a possibilidade de uma trégua iminente por parte do TTP.

Desde o início, as negociações formais de paz no Paquistão foram cercadas de polêmica pela intensificação das ações da insurgência, apesar de seu aparente esforço negociador.

Nas duas últimas semanas 50 pessoas morreram em ações armadas que ou foram reivindicadas pelo TTP ou levam a assinatura dos radicais islâmicos afins ao grupo.

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