O principal grupo talibã paquistanês, o Tehrik-el-Taliba Paquistão (TTP), anunciou nesta terça-feira (21) a censura a Sheikh Maqbool como porta-voz da organização depois de ele declarar apoio ao Estado Islâmico (EI) na semana passada.
Rehman Shah, porta-voz do governo das Áreas Tribais sob Controle Federal (FATA), zona onde se refugiam os insurgentes, disse que Maqbool foi substituído por outro "irmão" talibã, segundo um comunicado do grupo divulgado na internet.
O até agora porta-voz do TTP atuava sob o pseudônimo Shahidula Shahid, um "nome de guerra" reservado ao porta-voz do grupo e que Maqbool já não está autorizado a utilizar após a censura.
"Sheikh Maqbool não é Shahidula Shahid", sentenciaram os talibãs no comunicado, publicou o jornal local "Dawn".
Maqbool declarou há uma semana que a partir daquele momento seguiria "todas as instruções do líder do EI, Abu Bakar al Baghdadi".
No anúncio, realizado junto com outros cinco chefes do TTP, ele garantiu que o apoio de Maqbool ao EI não tem nada a ver com o grupo talibã.
Não se sabe se a punição se estendeu para os cinco chefes do TTP das áreas de Orakzai, Khyber Pakhtunkhwa, Kurram Agency, Hangu e Peshawar que corroboraram a proposta de Masbool.
No início do mês a organização paquistanesa anunciou sua aliança com o EI, mas Maqbool a negou no dia seguinte afirmando que o TTP só "é leal a Amir-ul Momineen (título que ostenta o Mulá Omar, líder dos talibãs afegãos)". E afirmou então que "não cogitam abandoná-lo".
Criado em 2007, o TTP é um guarda-chuva de diferentes tribos, e tem vivido nos últimos meses lutas internas pelo poder do grupo, o que provocou uma cisão na organização.
O grupo talibã esteve por trás da maior parte dos milhares de atentados terroristas do Paquistão nos últimos anos.
O EI tentou, com pouco sucesso, se expandir pelo Sul da Ásia, um zona dominada pelos movimentos talibãs que lutam contra os governos do Paquistão e do Afeganistão.
O anúncio realizado por estes seis chefes foi feito um mês depois de o líder da Al Qaeda, Ayman el Zawahiri, anunciasse a formação de uma filial da rede terrorista no subcontinente indiano, um movimento que os analistas consideraram defensivo diante do maior poder de atração do EI para os novos recrutas.
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