Insurgentes do Talibã libertaram 12 reféns sul-coreanos nesta quarta-feira, os primeiros dos 19 voluntários cristãos sequestrados há seis semanas pelo grupo no Afeganistão, após a Coréia do Sul concordar em retirar suas tropas do país.
Testemunhas viram sete mulheres e um homem sendo entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha na província afegã de Ghazni. Usando longos e tradicionais véus, as mulheres choravam enquanto sentavam no veículo do comitê.
Pouco depois, outros quatro reféns foram colocados sob custódia do líder tribal Haji Zahir, o mediador nas negociações, que se dirigiu com eles à cidade de Ghazni para entregá-los a delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Os outros reféns devem ser libertados nas próximas horas, segundo Zahir, que disse que os seqüestradores tinham dividido os sul-coreanos em diferentes grupos, retidos em lugares diferentes, e por isso a libertação ocorre em fases.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Cho Hee-yong, disse posteriormente que as mulheres foram entregues à Coréia do Sul. Elas aparentemente estão em condições normais de saúde, disse ele.
As duas partes chegaram a um acordo na terça-feira. A Coréia do Sul se comprometeu a retirar todo o seu pessoal militar e civil do Afeganistão o mais rápido possível.
No dia 19 de julho, o Talibã seqüestrou 23 voluntários sul-coreanos que estavam dentro de um ônibus, na província de Ghazni.
O grupo matou dois dos reféns após uma série de prazos expirados de negociação, mas libertou duas mulheres em um gesto de boa vontade durante a primeira rodada de conversas.
Foto de arquivo mostra grupo de voluntários sul-coreanos no Aeropuerto Internacional de Incheon, antes de partir para o Afeganistão no dia 13 de julho de 2007
O governo da Coréia do Sul afirmou que o acordo para libertar os 19 reféns tem como condição a retirada das tropas do país ainda este ano e a proibição de que sul-coreanos exerçam atividades missionárias no Afeganistão.
A Coréia do Sul já havia decidido antes da crise em retirar seu contingente de cerca de 200 engenheiros e funcionários médicos do Afeganistão até o fim de 2007. Desde que os voluntários foram sequestrados, o governo proibiu seus habitantes de viajarem ao país.