Tanques israelenses entraram no sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (18), e os militantes palestinos reagiram com foguetes e morteiros. O aumento da instabilidade ameaça ainda mais um frágil cessar-fogo entre o governo de Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza.
Israel e o Hamas têm trocado tiros há duas semanas, após quase cinco meses de relativa paz. O cessar-fogo estabelecido em 19 de junho vale até o fim do próximo mês, enquanto os dois lados procuram obter vantagens nas negociações de um acordo de paz, ainda distante.
Os tanques, auxiliados por uma escavadeira e jipes militares, entraram meio quilômetro no território, segundo moradores e funcionários locais do setor de segurança. Foi a primeira ação terrestre dos israelenses em uma semana.
Os tanques, porém, não responderam ao fogo lançado pelos militantes palestinos. O Exército de Israel descreveu a operação como de "rotina", para encontrar explosivos perto da fronteira sul da Faixa de Gaza.
Pelo menos 17 militantes foram mortos desde que o cessar-fogo começou a perder força, nas últimas semanas. Segundo um levantamento dos militares de Israel, pelo menos 140 foguetes e morteiros foram lançados no período. Em um esforço para pressionar os militantes, Israel ampliou as restrições nas passagens fronteiriças, o que levou a problemas com distribuição de ajuda para os mais pobres, por exemplo.
Nas últimas semanas, ativistas estrangeiros têm usado barcos para furar o bloqueio, tentando levar ajuda para os 1,4 milhão de habitantes de Gaza, muitos deles em péssimas condições de vida.
Diplomacia
O presidente de Israel, Shimon Peres, disse nesta terça-feira (18) que a paz com a Síria dependerá dos sírios estarem dispostos a conter o grupo xiita libanês Hezbollah.
Peres disse em entrevista em Londres à rádio BBC que a Síria não pode esperar que Israel se retire das Colinas de Golã enquanto o Irã fortalece sua influência no Líbano, ajudado por Damasco.
Peres, referindo-se ao Hezbollah, reafirmou que Israel não irá tolerar uma presença iraniana nas suas fronteiras.
"Se a Síria entender que não pode ter as Colinas de Golã e manter o Líbano como base para os iranianos, então a decisão será clara. Mas se deseja que sejam devolvidas as Colinas e mantiver suas bases no Líbano - que são realmente controladas e financiadas pelo Irã - nenhum israelense aceitará os iranianos nas nossas fronteiras". As informações são da Associated Press.