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Beirute – Tanques e escavadeiras blindadas de Israel entraram ontem no sul do Líbano, e soldados assumiram posições em uma aldeia xiita antes dominada pelo grupo xiita Hezbollah. Além disso, torres de telecomunicação foram atacadas em diferentes regiões do país (veja quadro). Milhares de soldados e blindados estão posicionados ao longo da fronteira com o Líbano, para participar das operações, que segundo o governo israelense serão "limitadas’’, mas deixaram Beirute em alerta. Se os ataques aumentarem, a forças libanesas prometem entrar no conflito, que em 11 dias deixou mais 380 mortos, mais de 90% do lado libanês.

Para evitar a ocupação do Líbano, como ocorreu em 1982, e um confronto entre tropas israelenses e libanesas – o que transformaria o conflito atual numa guerra entre Estados –, as Nações Unidas discutem a possibilidade de intervir na região. Para isso, vem sendo cogitada a formação de uma força internacional, que pode contar inclusive com a participação do Brasil.

Os Estados Unidos, que vêm apoiando Israel inclusive com o fornecimento de bombas guiadas por satélite, devem ficar de fora. Os analistas consideram que só um grupo considerado isento pelos dois lados pode ajudar. Washington pretende atuar de forma isolada na próxima semana no Oriente Médio, descartando qualquer acordo com o Hezbollah, que classifica como um grupo terrorista. Além disso, o Exército norte-americano estaria sobrecarregado com a ocupação do Afeganistão e do Iraque.

As discussões nos bastidores das Nações Unidas indicam que a força de intervenção teria o comando da França ou da Turquia, com a participação de tropas de pelo menos sete países. O governo brasileiro acompanha as discussões, mas ainda não confirma participação na missão.

Israel nega que esteja preparando a ocupação do Líbano. A tática atual seria a de entrar com forças reduzidas, com apoio de engenharia e artilharia, para encontrar armas do Hezbollah e forçar os guerrilheiros a recuar para além do rio Litani, a pelo menos 20 quilômetros da fronteira.

Ontem pela manhã, os soldados entraram na aldeia de Marou al-Ras, depois de dois dias de combate com membros do Hezbollah, em que seis militares israelenses foram mortos e a após uma noite de bombardeios pesados. Aviões de Israel usaram uma bomba de meia tonelada de explosivos contra a rede de túneis fortificados usada pelo grupo xiita. Em outra frente, Marwahin teria sido desocupada.

O Hezbollah disparou mais de cem foguetes Katyusha contra o norte de Israel, incluindo seis em Haifa, a terceira maior cidade do país. O grupo, mesmo somando suas forças à de Beirute, é bem mais fraco militarmente que Israel. As Nações Unidas temem, no entanto, o agravamento do conflito com a participação da Síria e do Irã contra Israel.

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