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Homem observa rua de dentro de sua casa atingida por tiros no bairro Bab Sabaa, em Homs | REUTERS/Moulhem Al-Jundi/Handout
Homem observa rua de dentro de sua casa atingida por tiros no bairro Bab Sabaa, em Homs| Foto: REUTERS/Moulhem Al-Jundi/Handout

As forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, bombardearam nesta quinta-feira, pelo 20.º dia consecutivo, redutos da oposição na cidade de Homs, segundo ativistas, apesar da intensa condenação internacional à suposta morte de mais de 80 pessoas na quarta-feira.

Tanques invadiram parte do bairro de Baba Amro, que foi alvejado por uma chuva de bombas, disse o ativista Abu Imad.

Foguetes, projéteis de artilharia e morteiros também atingiram o bairro de Inshaat, que junto a Baba Amro são os locais onde os rebeldes do Exército Sírio Livre, da oposição, parecem resistir sob fogo cerrado. No bairro de Khalidiya, as mesquitas convocaram os moradores a se protegerem dos morteiros.

"Explosões estão sacudindo Homs inteira. Deus tenha misericórdia", disse o morador Abdallah al Hadi por telefone.

Dois jornalistas ocidentais estavam entre os mortos na quarta-feira, numa intensificação da ofensiva do governo contra a resistência em Homs, um dos epicentros da rebelião nacional contra Assad.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que o regime sírio assassinou propositalmente o fotógrafo francês Rémi Ochlik, da revista Paris Match, e a repórter norte-americana Marie Colvin, do jornal britânico Sunday Times. Sarkozy também insistiu na necessidade de que Assad renuncie.

"Agora já chega", disse ele. "Esse regime precisa sair, e não há razão para que os sírios não tenham direito a viver suas vidas e escolher seu destino livremente. Se os jornalistas não estivessem lá, os massacres seriam bem piores."

A França e a Grã-Bretanha exigiram que três outros jornalistas ocidentais feridos no bombardeio a uma casa em Homs recebam assistência médica imediata.

Nos EUA, os pré-candidatos republicanos a presidente Mitt Romney e Newt Gingrich apoiaram a ideia de armar a oposição síria. Romney disse que Washington precisa se juntar a seus aliados para ajudar os rebeldes. "Precisamos trabalhar com a Arábia Saudita e a Turquia para dizer: 'Vocês ofereçam o tipo de armamento necessário para ajudar os rebeldes dentro da Síria'", disse ele.

A Casa Branca, que até agora se opõe a uma intervenção militar na Síria, já sugeriu que, caso uma solução política se mostre impossível, poderia considerar outras opções.

Depois do bombardeio de quarta-feira, mais de 60 corpos de rebeldes e civis foram resgatados numa região de Baba Amro, bairro sunita de Homs onde há forte resistência a Assad, que é da seita alauíta. Ativistas dizem que outras 21 pessoas foram mortas horas antes.

O agravamento da situação humanitária em Homs e em outras cidades irá dominar as discussões do grupo de "Amigos da Síria", marcadas para sexta-feira em Túnis. O grupo reúne EUA, Turquia, países árabes e países europeus que tentam convencer Assad a conter a violência e deixar o poder.

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