As tentativas da petroleira BP de deter o vazamento em sua plataforma na costa da Louisiana (sul dos Estados Unidos) sofreram mais um revés ontem, com o fracasso em cortar o tubo que originalmente levava petróleo para a superfície.
Enquanto a situação se agrava na Louisiana, o derrame de petróleo já chega a ilhas da costa do Alabama e ameaça alcançar a Flórida, pondo em risco o turismo, a economia pesqueira e a biodiversidade desses estados.
O plano atual da BP é usar uma espécie de sifão para estancar o vazamento. Uma estrutura cônica cobriria a área do poço e sugaria o petróleo para um petroleiro na superfície.
O problema é que, para isso, é preciso primeiro cortar a tubulação original do poço, de maneira a permitir o encaixe correto do sifão.
Serra sem gume
Foi esse passo da operação que deu errado ontem. Os funcionários da empresa estavam usando uma serra especial, recoberta com diamantes, para cortar a tubulação, mas ela ficou presa no tubo. Quando a serra foi liberada, ficou claro que ela não era mais capaz de cortar com eficiência. Agora, é possível que seja substituída por outra serra ou ainda por um instrumento diferente.
Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Tony Hayward, principal executivo da BP, declarou que os custos da operação podem chegar a US$ 3 bilhões "caso os esforços atuais falharem.
Na ilha Dauphin, no Alabama, equipes de trabalhadores já estão recolhendo bolas de piche, com tamanho entre uma bola de golfe e um punho humano, que estão chegando à praia. "São muito grudentas, diz o prefeito da ilha, Jeff Collier.
O governador da Flórida, Charlie Crist, afirmou que está se preparando para a chegada da mancha de óleo. "Entendemos o que está acontecendo e estamos fazendo de tudo para proteger nosso belo Estado.
O desastre coincide com a temporada oficial da pesca do pargo, peixe popular na região. "O golfo está morto, lamentou uma turista na ilha Dauphin, Darlene Stewart, de Pensacola, na Flórida.