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Economia

Taxa de desemprego dos EUA atinge 14,7%, a pior desde a Grande Depressão

Departamento do Trabalho dos EUA, em Washington, DC
Departamento do Trabalho dos EUA, em Washington, DC (Foto: Alex Edelman/AFP)

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Os Estados Unidos atingiram a maior taxa de desemprego desde a Grande Depressão de 1929, atingindo 14,7%. Ou seja, 20,5 milhões de empregos desapareceram na pior queda mensal de postos de trabalho já registrada. As perdas foram relatadas pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho do governo americano nesta sexta-feira (8).

O relatório indicou que a grande maioria das perdas de empregos de abril, cerca de 90%, pode ser considerada como temporária. Como resultado de negócios que foram forçados a fechar repentinamente, mas que esperam reabrir e chamar os trabalhadores demitidos. O setor mais atingido foi o de Hospitalidade e Lazer, responsável sozinho por uma queda de 8,122 milhões de postos de trabalho.

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Somente as perdas de empregos em abril excedem em muito os 8,7 milhões da última recessão, quando o desemprego atingiu 10% em outubro de 2009. O único período comparável ocorreu quando a taxa atingiu cerca de 25% em 1933, antes do governo começar a publicar estatísticas oficiais.

Os números apontam para o tamanho da crise gerada pela pandemia de coronavírus e as medidas de paralisação econômica que foram implantadas para contê-la. Em fevereiro, a taxa de desemprego era de 3,5%, a menor em meio século.

Segundo a AP News, a definição de desemprego do governo normalmente exige que as pessoas estejam procurando ativamente trabalho. E a taxa de desemprego não reflete os milhões que ainda trabalham, mas que tiveram suas horas e/ou salários cortados.

O presidente Donald Trump, que enfrenta a perspectiva de altas taxas de desemprego nas eleições de novembro, disse que os números “não são surpresa”.

“O que posso fazer é trazê-los de volta”, disse Trump. “Esses trabalhos estarão de volta e em breve. E no próximo ano teremos um ano fenomenal.”

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Contudo, os governadores agora estão debatendo quando reabrir parte de suas economias. Eles estão pesando os custos de saúde e o custo econômico, uma escolha angustiante, dizem os analistas. Há esperança de que a reabertura rápida leve as pessoas a voltar ao trabalho, mas as perdas de empregos são tão grandes que é improvável que muitos possam retornar, especialmente com muitas empresas operando com capacidade parcial.

O Washington Post relata que embora o Congresso tenha aprovado quase US$ 3 trilhões em ajuda, ela demorou a chegar para muitos. Milhões ainda estão lutando contra sites desatualizados e linhas telefônicas congestionadas para tentar obter o seguro-desemprego. Economistas estão pedindo que o Congresso aja agora para garantir que a ajuda não termine neste verão, quando é provável que a taxa de desemprego ainda esteja em níveis históricos.

Existe um consenso crescente de que a economia não vai se recuperar rapidamente, como Trump quer, mesmo quando mais empresas reabrirem este mês. Muitos restaurantes, academias e outras empresas só conseguem operar com capacidades limitadas, e os clientes estão demorando a retornar porque têm medo de se aventurar.

Trump conta com que a parcela extraordinariamente alta de pessoas em demissões temporárias possa ser uma boa notícia para a economia, aponta o The New York Times. As demissões temporárias representaram apenas 26,5% das perdas de empregos em março e 13,8% em fevereiro. De fato, em abril a participação de demissões temporárias atingiu o recorde histórico desde os anos 1960.

Mas há uma ressalva importante: as demissões temporárias sempre podem se tornar permanentes mais tarde, se a situação econômica piorar. Encontrar um equilíbrio entre ocupação de leitos e retomada econômica é o grande desafio no qual os EUA se encontram atualmente.

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