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A taxa de fertilidade do Japão caiu pelo oitavo ano consecutivo em 2023, para um novo recorde de baixa de 1,2 filho por mulher em idade fértil e, pela primeira vez, a idade média das mães que têm o primeiro filho chegou a 31 anos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do país.
Isso marca um declínio de 0,06 ponto na taxa de fertilidade em relação ao indicador do ano anterior e acompanha a queda progressiva no número de nascimentos anuais no país, que ficou em 727.277 em 2023, queda anual de 5,6%, de acordo com os números revisados e divulgados hoje.
O número de nascimentos tem sido menor do que o de mortes no Japão há 17 anos, e o ritmo do declínio populacional está acelerando, sem previsão de reversão.
Não apenas as taxas de natalidade estão em níveis mínimos, mas também as taxas de casamento, de acordo com dados demográficos do governo, já que um número crescente de jovens está hesitando em se casar e ter filhos devido a preocupações com o futuro e questões financeiras.
Por província, a menor taxa de fertilidade foi registrada em Tóquio, com 0,99, a única a ficar abaixo de 1, enquanto a maior do país foi em Okinawa (sudoeste), com 1,6.
Nas regiões ao redor da capital, como as províncias de Saitama, Chiba e Kanagawa, as taxas foram de 1,14 para as duas primeiras e 1,13 para a terceira, com os valores mais baixos em zonas urbanas e mais densamente povoadas como essas.
O relatório da Saúde aponta vários fatores para a queda da taxa de fertilidade, incluindo o número crescente de pessoas que permanecem solteiras e as que se casam mais tarde na vida.
O número de casamentos no Japão em 2023 foi de 474.717, a primeira vez que ficou em menos de meio milhão desde a Segunda Guerra Mundial.
Nascimentos fora do casamento são raros no arquipélago, portanto, um declínio nas núpcias tem um impacto direto sobre a natalidade.
A divulgação dos dados demográficos do Japão coincide com a aprovação nesta quarta-feira de uma emenda à lei que regulamenta os subsídios para a criação de filhos, que inclui um aumento no auxílio para crianças e a criação de um fundo estatal para garantir os recursos financeiros necessários para essas medidas.
O novo sistema será financiado por um aumento na contribuição para a previdência social, que a oposição criticou como um aumento disfarçado de impostos, embora o governo argumente que a medida ajudará a reduzir os gastos com o setor.
As medidas aprovadas incluem a duplicação do abono mensal para crianças para 30 mil ienes (cerca de R$ 1 mil) a partir do terceiro filho, a extensão da cobertura do abono para 18 anos de idade em relação aos 15 anos atuais e o acesso a serviços de creche para todas as crianças, independentemente do status trabalhista dos pais.
Até agora, somente as crianças de famílias em que pelo menos um dos pais não trabalhava tinham direito a esses serviços, devido à redução da jornada de trabalho.