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Política americana

Tea Party quer desafiar os moderados

Senador Ted Cruz, uma das vozes do Tea Party, planeja concorrer à Presidência em 2016 | Mike Theiler/Reuters
Senador Ted Cruz, uma das vozes do Tea Party, planeja concorrer à Presidência em 2016 (Foto: Mike Theiler/Reuters)

O movimento ultraconservador Tea Party, que celebrou o 5.º aniversário de sua fundação no final de fevereiro, anunciou que planeja incomodar nas primárias para as eleições legislativas de novembro, que começaram na última terça-feira.

Nascido como uma crítica à gestão do presidente Barack Obama, o Tea Party ganhou espaço na política americana com declarações incendiárias e agora, aos cinco anos, se mostra disposto a desafiar, mais uma vez, o setor mais moderado do Partido Republicano.

O Tea Party vê as primárias como o desafio mais imediato de um futuro que soa incerto. Nas próximas semanas é que se poderá ver se o movimento recuperará o empurrão das eleições de 2010, que marcaram sua ascensão, ou se a perda de fôlego de 2012 está consolidada.

"Vamos dar a volta neste país", declarou o senador Ted Cruz, emblema do Tea Party e um dos políticos que aspira ser o candidato republicano à Presidência em 2016. Cruz ressaltou que o Tea Party é hoje mais forte que nunca e exigiu que o Partido Republicano esteja mais presente nas candidaturas na próxima eleição.

Debilitado

Ao longo de seus cinco anos de vida, o movimento provou sua influência e provocou um giro à direita na política americana, mas hoje parece debilitado. Ainda que tenha demonstrado poder ao provocar o fechamento parcial da administração americana por 16 dias em outubro do ano passado.

As vozes críticas dos republicanos, encabeçadas pelo presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, cada vez mais evidenciam o mal-estar com os ultraconservadores, e também dentro do Tea Party começam a aparecer divisões.

Outros dos líderes do Tea Party, como os senadores Rand Paul e Mike Lee, chamaram à reflexão interna e sugeriram que, para subsistir e crescer, o partido precisa deixar de se concentrar nos protestos e avançar para uma agenda positiva.

"Podemos estar em desacordo com o presidente sem insultá-lo", mediou Paul, que acrescentou: "temos que chegar a mais gente, não só aos que já estão aqui. Tem que ser um partido maior, um movimento maior".

Retórica

A moderação do discurso é uma novidade no Tea Party, que sempre se caracterizou pela retórica agressiva. Das bocas de seus dirigentes saíram afirmações tão chamativas como a de que a gravidez das vítimas de estupro poderia ser desejo divino e que os homossexuais criaram a aids. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a reforma da saúde aprovada pelo Congresso também foram alvo de seus furibundos ataques.

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