Viver mais tempo e sem doenças é um desejo de muitas pessoas – e de cientistas. A cura para condições genéticas como a cegueira, por exemplo, motiva inúmeras pesquisas científicas ao redor do mundo. Tentando achar a fórmula da ‘vida longa’, cientistas do Instituto Salk, nos Estados Unidos, encontraram uma técnica de ‘edição’ do DNA que poderá modificar os genes do cérebro e de outros órgãos do corpo, livrando a humanidade de uma série de doenças. As informações são do jornal britânico The Independent.
Explorada por uma pesquisa publicada na revista Nature na última quarta-feira (16), a técnica se mostrou bem sucedida em ratos cegos, que conseguiram recuperar parcialmente a visão depois das alterações genéticas. E a condição que afeta os roedores estudados também é presente nos seres humanos, assim como diversas outras doenças às quais o método se aplica.
Anteriormente os pesquisadores ainda não tinham sido capazes de fazer alterações no DNA em tecidos dos olhos, do cérebro, do coração e do fígado, por exemplo. Isso acontece porque as células desses tecidos não se dividem – como outras do corpo fazem – impedindo modificações. Porém, com o novo sistema, chamado de HITI, os geneticistas conseguiram alterar essas estruturas celulares.
“Estamos muito animados com a tecnologia que descobrimos, porque é algo que não podia ser feito antes”, explicou ao Independent um dos pesquisadores do estudo, o professor Juan Carlos Izpisúa Belmonte. “As possíveis aplicações desta descoberta são vastas”.
O método
Os pesquisadores usaram a técnica HITI em ratos nascidos com uma doença genética chamada retinite pigmentosa, que atualmente afeta cerca de uma a cada 4 mil pessoas no Reino Unido.
Ao alterar os genes que afetam os olhos, eles foram capazes de devolver um grau a mais de visão aos ratos. “Deve-se notar, contudo, que embora os testes demonstraram melhora respostas visuais após a injeção sub-retiniana [do reparo do DNA] para ratos de três semanas de idade, a volta da visão foi parcial”, escreveram os pesquisadores em no artigo da revista Nature .
Porém, mesmo sem a recuperação total, a descoberta do método, que é baseado na técnica CRISPR-gene de edição, é sem precedentes e influenciará enormemente nos estudos genéticos realizados a partir de então. Em entrevista ao The Independent, o professor Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick, na Inglaterra, endossou as conquistas: “Se houver melhorias nessa tecnologia, o que parece inevitável nos dias de hoje, é provável que os métodos desenvolvidos possam revelar meios muito úteis de adicionar genes a células que não se dividem. Com certeza para fins de pesquisa básica e, talvez, até mesmo em terapia genética, para tratar doenças que hoje são consideradas incuráveis”.
Colaborou: Cecília Tümler
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