Sob pressão
Presidente do Irã viu críticas crescerem após reeleição, em 2009.
Frente interna
- Reeleição em 2009, considerada fraudulenta pela oposição, desatou crise que persiste ainda hoje; mau desempenho econômico e tensões étnicas agravam situação.
Frente externa
- Mortes e prisões de opositores e impasse nuclear levaram EUA e aliados a abortar tentativa de diálogo e intensificar cerco ao Irã; aprovação de novas sanções afeta ainda mais a economia.
O governo do Irã apressou-se ontem a negar que o presidente Mahmoud Ahmadinejad tivesse sofrido tentativa de assassinato, em meio a choque de versões deflagrado pela informação veiculada por um site conservador.Segundo o "Khabar Online", uma granada caseira teria sido lançada contra um ônibus de jornalistas que estava a cem metros do comboio em que Ahmadinejad se deslocava na cidade de Hamedan (oeste).
Logo em seguida, porém, o site, ligado ao presidente do Parlamento, Ali Larijani, retirou a notícia do ar. O governo imediatamente desmentiu o relato, dizendo que a explosão perto do comboio presidencial fora provocada por fogos de artifício.
Pouco depois, Ahmadinejad aparecia ao vivo na tevê iraniana, fazendo um discurso em que repetiu os costumeiros ataques aos EUA e a Israel e sem nenhuma menção ao suposto atentado.
Repercussão
Apesar do desmentido, a notícia surgida no Khabar Online reverberou rapidamente. A Reuters e a emissora de tevê Al Arabiya, baseada em Dubai, citaram "fontes do governo que confirmaram o atentado. Ninguém assumiu a autoria do suposto atentado. Dando crédito ao primeiro relato, a agência de notícias semioficial Fars confirmou o incidente e disse que uma pessoa havia sido presa. Mas horas depois, também ela mudou seu relato para a versão de que a explosão tinha sido apenas causada por fogos de artifício.