A situação na capital de Honduras na manhã desta segunda-feira (29) é de "aparente tranquilidade", afirmou o encarregado de negócios da embaixada brasileira Francisco Catunda. Segundo ele, que responde no lugar do embaixador Brian Michael Neele, que está fora do país, escolas e comércio funcionam normalmente, apesar da intensa presença de militares nas fronteiras, aeroportos e prédios públicos.
Honduras sofreu um golpe de Estado neste domingo (29), que tirou seu presidente, Manuel Zelaya, do cargo após enfrentamento com outros poderes do país. Ele havia proposto uma consulta sobre um plebiscito que decidiria sobre uma mudança na Constituição. Zelaya foi detido em sua residência na manhã de domingo, levado à base da Força Aérea e retirado do país em um voo para a Costa Rica.
Segundo Catunda, há em Honduras cerca de 500 brasileiros e, por enquanto, não houve nenhum chamado de emergência e nenhum pedido de ajuda. O toque de recolher emitido pelo presidente do Congresso, Roberto Micheletti, agora empossado novo presidente de Honduras, funcionou por 48 horas - entre domingo (28) e segunda-feira (29) das 21h às 6h (de 0h a 9h de Brasília). Ele afirmou que analisará se a medida, que deve ser ratificada pelo Parlamento, vai se estender por mais tempo.
O Poder Judiciário de Honduras respaldou a ação das Forças Armadas do país de deter e deportar o presidente, segundo um comunicado divulgado pela imprensa local.
Micheletti assegurou que receberia "com muito gosto" o deposto Zelaya se ele então desejar retornar, mas sem o apoio do governante da Venezuela, Hugo Chávez. "Acho que se ele então deseja retornar ao país (...) sem apoio de Hugo Chávez, nós, com muito gosto, vamos recebê-lo de braços abertos", disse Micheletti na entrevista coletiva.