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Um dos mais famosos televangelistas dos Estados Unidos usou seu programa de TV para dizer que o governo americano deveria matar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O conservador Pat Robertson, ex-candidato à presidência, chamou Chávez de um "perigo inquestionável e terrível" e o acusou de tentar exportar o comunismo e o extremismo islâmico. A Venezuela reagiu com furor, pedindo que Washington responda com firmeza. O Departamento de Estado dos EUA também manifestou desaprovação.

- Se ele pensa que estamos tentando assassiná-lo, eu acho que nós realmente temos que ir adiante e fazê-lo. É muito mais barato do que começar uma guerra - disse Roberston aos espectadores de seu tradicional programa diário "The 700 Club" (O Clube 700), que tem 1 milhão de espectadores.

No mínimo, segundo Robertson, é obrigação dos EUA tirar Chávez do poder.

- Temos a capacidade de tirá-lo e chegou a hora de exercer a capacidade de tirá-lo - disse o pregador. - Não precisamos de outra guerra de US$ 200 bilhões para nos livrar de um ditador tirano. É muito mais fácil que agentes secretos façam o trabalho e resolvam isso.

Pat Robertson é um dos evangelistas mais respeitados pelos conservadores dos EUA e habituado à controvérsia. O fundador da Coalizão Cristã, um poderoso lobby político-religioso, foi pré-candidato republicano à presidência em 1988. Recentemente, fez duras críticas ao Departamento de Estado dos EUA e a juízes progressistas.

Desta vez, Robertson acusou Chávez de arrasar a economia da Venezuela, o quinto maior exportador de petróleo do mundo, e de usar seu país como "plataforma de lançamento para a infiltração comunista e de extremismo religioso por todo o continente".

O pregador referiu-se a Chávez como:

- Um perigoso inimigo no Sul, controlando uma enorme reserva de petróleo, que poderia nos prejudicar seriamente - disse o pregador. - Isso está na nossa esfera de influência, então não podemos deixar isso acontecer.

Chávez, que mantém uma relação de amizade com o presidente de Cuba, Fidel Castro, é um dos mais ferrenhos críticos do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Sua crença no socialismo é declarada, mas Pat Robertson não deu qualquer explicação para sustentar a acusação de que o presidente da Venezuela apóie o extremismo islâmico.

Nos últimos meses, Chávez declarou várias vezes que o governo americano conspira para matá-lo. Washington respondeu dizendo que a acusação é ridícula.

Na Venezuela, o vice-presidente Jose Vicente Rangel chamou de "criminosa" a atitude do televangelista e disse que Caracas espera uma reação firme de Washington.

- É uma enorme hipocrisia virem do mesmo país uma linha antiterrorista e declarações terroristas como as feitas pelo pregador cristão Pat Robertson - disse Rangel. - A bola está na quadra dos EUA agora, disse Rangel a repórteres.

O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, condenou os comentários de Robertson, chamando-os de "inadequados" e disse que eles foram feitos por um cidadão em particular e não representam a posição do governo americano.

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