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Responda rápido: quem foi o brasileiro que fez história na aviação antes de Santos Dumont?
Foi o Padre Bartolomeu de Gusmão. No começo do século XVIII inventou o quê? O balão. É natural que os brasileiros se destaquem no maior encontro internacional de balonismo.
Corações em chamas pelos Estados Unidos. O romantismo está no ar. É o pelotão da madrugada, abrindo alas pro maior festival de balões do planeta.
São 5h30 e está um frio danado em Albuquerque, no estado americano do Novo México. A multidão nem se importa.
Eles vieram dos quatro cantos do país, e do mundo, pra ver mais de 800 balões. São objetos voadores cada vez mais incríveis, impressionantes. O que quase ninguém sabe: uma das maiores sensações aqui é a criatividade brasileira.
Marcos Bonimcontro e sua equipe construíram cinco dos oito balões de formato especial que vão estrear no festival. Dos 80 que estão sendo exibidos, 19 vieram do Brasil. Os projetistas da família Chemin trouxeram do Paraná o maior balão do festival. Uma cegonha de 54 metros. Será que voa?
"O Brasil tem uma história de balão, um folclore que vem desde Santos Dumont. Há mais de 100 anos, começou com aqueles balões juninos que hoje são proibidos no Brasil e depois a gente passou pro balonismo. A gente se profissionalizou e hoje exporta balões para os Estados Unidos", conta Mauro Chemin, balonista.
A liderança brasileira começou no século 18, quando o padre Bartolomeu de Gusmão construiu, com papel, o primeiro balão da história.
No festival, uma notícia tão triste quanto rara. Um balão se chocou, no dia seguinte, contra um cabo de eletricidade. O balão pegou fogo e piloto morreu na queda.
Mas, um dia antes, o clima era de festa. Marcos Bonimcontro contava que, antes de se aventurar pelos céus, trabalhou até com finanças. "Eu comecei com 42 anos, cara, não comecei moleque!", balonista.
Já os meninos Chemin por pouco não nasceram num balão.
"Era a única opção que eu dei pra eles: voar ou voar", brinca a pai Chemin.
Lucas é o projetista. Kaio, o comandante. Enquanto eles preparam o balão com jeito de avião. Darth Vader mostra que está pronto pra conquistar os céus.
Surge pela frente o polvo voador. Aliás, não parece uma alegoria do carnaval brasileiro? É mais uma criação de Marcos Bonimcontro, que fez também um anjo. Graças a Deus é nele que nós vamos pro céu.
Lá vai a cegonha, pilotada pelo comandante da família Chemin. Depois, avistamos o aviãozinho dos meninos. Nessa corrida maluca, até o monstro é brasileiro. Mas não tem disputa. As alegorias voadoras só querem mesmo é fazer um carnaval nas alturas.
Estamos a mais de 500 metros de altura, a bordo do pequeno anjo, e a sensação que se tem é de estar realmente no paraíso. Céu limpo, lindo.
Depois de meia hora de sonho, "cara, eu preciso queimar o balão. Vamos lá, tem que queimar..."
O piloto decide pousar. Moradores acenam. Cavalos se assustam. Passamos raspando pelos fios de alta tensão. O pessoal em terra era a forcinha que faltava.
"A gente tinha três ventos diferentes, veio fazendo um balé no vento sul , esquerda, direita, pra colocar o balão nesse ponto. Pulamos uns dois fios, foi perfeito", elogia o comandante.
Bom, e quem voa de balão pela primeira vez tem que ser batizado. Ar, terra, fogo e água...
"Agora você vai voar por toda a sua vida. A tradição diz o seguinte, toda terra por onde você voou agora é sua, 30 centímetros acima do chão", abençoa o comandante.
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