O ex-presidente da Costa Rica, José María Figueres, tem um ditado de que gosto muito: "Não existe um Planeta B" logo, temos que fazer de tudo para que o plano A funcione a fim de preservar e manter o meio-ambiente estável. Atualmente, encaro os EUA da mesma forma. Não existe uma América B, logo, temos de fazer de tudo para que esta funcione muito melhor do que estamos conseguindo, e não apenas para nosso próprio bem. Quando a Grã-Bretanha entrou em declínio e perdeu o posto de potência estabilizadora do mundo, os EUA estavam ali, prontos para assumir o papel de líder mundial. Mesmo com todos os nossos erros e imperfeições, o mundo tem sido um lugar melhor por causa disto. Se os EUA enfraquecerem, todavia, e não conseguirem projetar mais seu poder como o fazem atualmente, nossos filhos não irão apenas crescer em uma América diferente. Eles irão crescer em um mundo diferente.
O sistema mundial está atualmente sendo desafiado por duas novas potências: uma superpotência em franca expansão, a China, e um grupo cada vez maior de indivíduos superapoderados, como os que constituem os "WikiLeakers", entre outros. O que a globalização, a integração tecnológica e o achatamento geral do mundo fizeram foi conferir superpoderes a indivíduos ao ponto de vê-los desafiando qualquer hierarquia desde um banco global até um estado nacional.
A China realizou um show de sons e luzes nas últimas semanas que acabou revelando o quanto seu poderio econômico pode ser utilizado para afetar a ordem internacional, quando e como o país oriental queira. Estou falando especificamente dos esforços feitos pela China não só para rejeitar o Prêmio Nobel da Paz dado a um de seus cidadãos, Liu Xiaobo um defensor da democracia que está cumprindo uma pena de 11 anos por "subversão do poder estatal" , mas também para intimidar os parceiros comerciais do país que enviaram representantes para a cerimônia de premiação do Nobel, realizada na Prefeitura da Cidade de Oslo.
Cadeira vazia
Liu não compareceu à cerimônia de premiação, pois a China não o liberou da cadeia para o evento é apenas o quinto caso em que o ganhador não comparece a noite de cerimônia nos 109 anos de história do prêmio. Sob a pressão de Pequim, os seguintes países juntaram-se a China no boicote da cerimônia: Sérvia, Marrocos, Paquistão, Venezuela, Afeganistão, Colômbia, Ucrânia, Argélia, Cuba, Egito, Irã, Iraque, Cazaquistão, Rússia, Arábia Saudita, Sudão, Tunísia, Vietnã e Filipinas. Que grupo patético.
"A cadeira vazia em Oslo na noite da cerimônia não indicava apenas a ausência de Liu, mas da própria China. O mundo ainda espera que a China cumpra integralmente seu papel no mundo das relações internacionais. A perversidade de uma nação bem-sucedida e civilizada ser a principal patrocinadora muitas vezes por mera questão de costume de nações decaídas, cruéis e derrotadas é terrivelmente frustrante", observou Rowan Callick, colunista do The Australian.
WikiLeaks
Já com relação aos indivíduos super apoderados, pode-se dizer que alguns são construtivos, outros destrutivos. Li muitos documentos divulgados pelo WikiLeaks e aprendi coisas úteis. Todavia, sua divulgação também levanta questões polêmicas. Não quero viver em um país onde jogam na cadeia todos os que denunciam injustiças. Isso ocorre na China. Entretanto, também não quero viver em um país onde qualquer indivíduo sinta-se no direito de despejar na mídia todas as comunicações internas de um governo ou um banco como forma de minar a habilidade de se ter comunicações privadas, e principalmente confidenciais, vitais para o funcionamento de qualquer sociedade. Isso é anarquia.