A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (14), durante a Cúpula das Américas, realizada em Cartagena, na Colômbia, que os países latino-americanos têm de encontrar mecanismos para se defender - e não se proteger - das políticas monetárias expansionistas das nações ricas.

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Dilma voltou a afirmar que a forma com que os países desenvolvidos reagiram à crise econômica provocou um "verdadeiro tsunami monetário", citando um aumento de 9 trilhões de massa monetária desde 2008.

"Isso está nos atingindo na medida em que valoriza nossas moedas, tornam nossas moedas um obstáculo para o comércio de bens e serviços e transformam nossas economias numa presa fácil", afirmou ela em discurso.

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"Temos que tomar medidas para nos defender. Defender é diferente de proteger. A defesa significa que nós vamos ter de perceber que não podemos deixar que nossos setores manufatureiros sejam canibalizados."

A presidente disse que os países latino-americanos, embora estejam menos vulneráveis do que no passado, não estão imunes à crise econômica.

Ela defendeu que "países superavitários" utilizem, além de políticas monetárias, políticas de expansão de investimentos, o que, segundo ela, diminuiria o desemprego nessas regiões e levaria a uma maior prosperidade do mercado internacional.

Durante seu discurso na Cúpula das Américas, que conta com a presença do presidente norte-americano, Barack Obama, Dilma destacou a importância da economia dos Estados Unidos para a região e disse esperar que "a nossa relação seja de parceria".

A presidente defendeu ainda uma integração maior entre os países latino-americanos como uma forma de articulação contra a crise.

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"O modelo que eu acredito, que é o adequado, é de parceria e de diálogo entre iguais. No passado, as relações assimétricas entre o Norte e o Sul foram responsáveis por processos negativos em nosso país. Durante 20 anos, a América Latina viveu em recessão, desemprego, ampliação da desigualdade e ausência da perspectiva de crescimento. Esse processo recente é de afirmação da importância da população da América Latina", afirmou Dilma ao lado de Obama e do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.