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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Um relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira (30) mostra que, com as 119 metas de redução de gases estufa apresentadas por 146 países e pela União Europeia, que participarão da Conferência de Paris no fim do ano, a temperatura do planeta subirá 2,7 graus C até 2100.

O número é apresentado com certo otimismo pela Convenção do Clima da ONU, já que está bem abaixo do aumento de 4 graus C ou 5 graus C projetado antes da apresentação das chamadas INDCs (contribuição pretendida nacionalmente determinada, em inglês).

No entanto, está acima do compromisso de um aumento de 2 graus C que se esperava obter na 21ª conferência global da ONU sobre o clima, que tem início em 30 de novembro. Os 2 graus C são considerados o limite aceitável para evitar um cenário catastrófico de elevação do nível dos oceanos, inundações e estiagens.

Por isso, o relatório vem como um alerta, um mês antes da conferência, para que os países façam um esforço maior até lá. Na avaliação da ONU, as metas apresentadas até 1º de outubro servem de entrada para cortes que ainda podem ser feitos.

As partes que apresentaram suas metas -- que incluem todos os países desenvolvidos e os grandes emergentes -- respondem por 86% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Segundo a ONU, desde 1º de outubro, outros países apresentaram propostas de cortes, e é esperado que mais países se manifestem até a COP-21.

Brasil

O governo brasileiro anunciou sua meta no fim de setembro, durante a Conferência da ONU para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em Nova York.

O Brasil assumiu o compromisso de diminuir as emissões de poluentes em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como base 2005.

A meta foi considerada cômoda por muitos, já que, entre 2005 e 2012, as emissões do Brasil já tinham caído aproximadamente 40% com a redução de 80% do desmatamento.

A justificativa do governo é que o país vai manter o “horizonte” de redução das emissões, mas que manter o ritmo conseguido de 2005 a 2012 é um “esforço inaudito”.

A INDC do Brasil prevê ainda que a matriz energética brasileira terá participação de 23% de fontes renováveis, excluída a hidrelétrica, até 2030. Em junho, Dilma anunciara 20%. Energia solar, eólica e biomassa perfazem hoje 9% da matriz.

Contando com hidrelétricas, o objetivo é alcançar até 2030 participação de 45% de fontes renováveis. A média mundial é de 13%.

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