O furacão Alex, que ontem foi reduzido à categoria de tempestade, se transformou no fator que as tarefas de limpeza do petróleo que se espalha pela superfície do Golfo do México temiam. Os ventos e ondas causados pela tempestade obrigaram a petroleira BP a adiar a implantação de um terceiro sistema de coleta do óleo, além de suspender as atividades de queima controlada, uso de dispersantes químicos e instalação de barreiras na superfície marítima.
O mau tempo ameaça também jogar mais água contaminada na costa sul dos EUA, região que tem sofrido grandes prejuízos econômicos e ambientais por causa do vazamento, que já está em seu 73.º dia.
O presidente dos EUA, Barack Obama, deve se reunir hoje com autoridades para avaliar a situação, segundo a Guarda Costeira. Na quarta-feira, o secretário (ministro) do Interior, Ken Salazar, disse em audiência parlamentar que um dos dois poços auxiliares que estão sendo escavados no local do acidente ainda vai levar várias semanas para chegar ao vazamento. Os poços devem interromper e tampar a tubulação danificada. A BP não interrompeu a escavação dos poços auxiliares durante a passagem do furacão.
Danos
A passagem do furacão Alex pelo Golfo do México provocou a interrupção de 21,39% da produção de petróleo e 13,7% da produção de gás natural nas plataformas existentes na região, informou o Escritório de Gerência, Regulamentação e Fiscalização de Energia Oceânica dos EUA (Boemre).
Em março, a produção de energia estimada para o Golfo do México foi de 1,6 milhão de barris de petróleo e 6,4 bilhões de pés cúbicos de gás por dia, explicou o escritório em um comunicado. Ontem, o furacão foi rebaixado para a categoria de tempestade tropical, mas atingiu a maior parte do norte do México e paralisou a cidade de Monterrey. Pelo menos duas pessoas morreram quando rios secos se encheram de água e estradas se transformaram em corredeiras.