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Cerca de 252 mil pessoas na Comunidade de Valencia, região mais afetada pela tempestade que atingiu a Espanha no começo desta semana, ainda estão sem linhas telefônicas nesta sexta-feira (1º), e 15 mil continuam sem energia elétrica, enquanto algumas rodovias começaram a ser liberadas, e a partir deste sábado (2) algumas linhas de trem serão liberadas para viagens essenciais.
No quarto dia após o desastre natural, que deixou 205 mortos, o ministro dos Transportes da Espanha, Oscar Puente, informou que o governo nacional, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, aprovou o envio de 13 milhões de euros para restaurar “urgentemente” a rodovia A7, que corre ao longo da costa do leste do país e está bloqueada.
“O trabalho começou ontem [quinta, dia 31 de outubro], não podemos ir mais rápido”, explicou o ministro, além de destacar que a situação é “tremendamente grave”, com 80 quilômetros da rede de rodovias estadual afetados pela tempestade.
A empresa Iberdrola restabeleceu o fornecimento de energia para 90% das pessoas que ficaram sem eletricidade devido às fortes chuvas.
O Ministério do Trabalho, comandado por Yolanda Díaz, anunciou que as empresas afetadas pela tempestade podem solicitar um Plano de Regulamentação de Emprego Temporário (ERTE) por motivo de força maior. Essa ferramenta foi introduzida pela última reforma trabalhista para situações catastróficas.
O ERTE permite a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da jornada de trabalho dos funcionários, que podem receber proteção contra o desemprego sem que o benefício se esgote.
Enquanto isso, grandes empresas espanholas continuam a se mobilizar, como a petroleira Repsol, que colocou à disposição das autoridades desde os complexos industriais próximos às regiões afetadas até equipamentos (ambulâncias, bombas d'água, geradores, caminhões, guindastes), assim como profissionais de emergência e resgate.
Além disso, as estações de serviço da Repsol estão fornecendo combustível gratuitamente para as forças de segurança e emergência, como também para a Tragsa, a empresa pública responsável pelo reparo de infraestruturas.
Transportadoras também se organizaram para ajudar voluntariamente no transporte de produtos de primeira necessidade e na remoção de veículos nas zonas mais danificadas.
A tempestade devastadora que atingiu fortemente na segunda (28) e na terça-feira (29) o leste da Espanha deixou ao menos 205 mortos, sendo 202 somente na Comunidade Valenciana, dois em Castilla-La Mancha e um na Andaluzia, de acordo com o centro de emergências do governo regional da Comunidade Valenciana.
Esses números ainda são provisórios, pois o processo de remoção e identificação dos corpos continua, e muitas pessoas ainda estão desaparecidas.