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Houston, no Texas, está inundada e com aeroportos fechados | THOMAS B. SHEA/AFP
Houston, no Texas, está inundada e com aeroportos fechados| Foto: THOMAS B. SHEA/AFP

À medida que as pessoas enfrentavam as enchentes provocadas no sábado (26) pelo furacão Harvey, Houston, a quarta maior cidade dos Estados Unidos, transformou seu principal centro de convenções em um abrigo para centenas neste domingo (27). A medida evocou memórias do furacão Katrina, que atingiu New Orleans e colocou dezenas de milhares em condições miseráveis no estádio de futebol e no centro de convenções da cidade.

Até esta segunda-feira (28), seis mortes eram contabilizadas por causa do furacão Harvey. Houston também segue inundada e com aeroportos fechados. O Centro de Convenções George R. Brown recebe desabrigados, enquanto as autoridades se mobilizam para preparar o prédio com 1,8 milhões de metros quadrados de espaço. Os funcionários pediram ajuda de restaurantes para alimentar a crescente população que chega ao local. 

A tempestade estaria se aproximando, segundo os meteorologistas, do estado da Louisiana.

Representantes do poder público prometeram prestar atenção às lições da Katrina em 2005, quando cerca de 30 mil evacuados passaram dias dentro de um sufocante Superdome com energia e água limitados, e um telhado que estava destruído pelo forte vento. O fiasco expôs o fracasso da cidade e do governo federal em se preparar adequadamente para a tempestade. 

Erros do Katrina

O senador Chuck Grassley, de Iowa, disse ao presidente Donald Trump no Twitter que "fique atento ao furacão Harvey" e não repita os erros que o presidente George W. Bush cometeu em relação ao Katrina. Bush foi fortemente criticado por uma lenta resposta do governo federal à tempestade, que deixou mais de 1.800 pessoas mortas e causou danos de US $ 151 bilhões. "Entendi sua mensagem claramente. Nós temos pessoas fantásticas no local, chegamos lá cedo. Até agora, está indo bem!", respondeu o presidente dos EUA. Mais tarde, a Casa Branca anunciou que Trump vai ao Texas na terça-feira. 

Houston tem 2,3 milhões de habitantes. Os meteorologistas projetam que a tempestade que sobrou do furacão Harvey pode despejar até 127 centímetros de chuva em algumas regiões. "A amplitude e intensidade desta chuva está além de qualquer coisa experimentada antes e está resultando em inundações catastróficas", disse o Serviço Meteorológico Nacional em um comunicado. 

Em Nova Orleans, quase 80% dos residentes foram evacuados dias antes da chegada do Katrina. Em contraste, o prefeito de Houston, Sylvester Turner, aconselhou as pessoas a ficarem em suas casas, dizendo que não era viável evacuar completamente a cidade. 

As autoridades de Houston pediram que as pessoas se abrigassem nos telhados de suas casas para evitar ficar presos nos sótãos, o que causou mais de uma dúzia de mortes na passagem do Katrina. 

Os agentes de resgate ficaram tão sobrecarregados com os pedidos de ajuda neste domingo que inicialmente estavam respondendo apenas a situações de vida e morte. Dallas também abriu seu centro de convenções para abrigar 5.000 pessoas da parte sul do estado. 

Visita de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viajará para o Texas na terça-feira (29), para verificar os estragos feitos em Houston. A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que a Casa Branca ainda está coordenando a logística com funcionários estaduais e locais. "Continuamos a manter todos os afetados em nossos pensamentos e orações".

No Twitter, Trump classificou as chuvas em Houston e em todo o Texas como "históricas". "Inundação não tem precedentes, e está vindo mais chuva. O espírito das pessoas é incrível. Obrigado!", completou o presidente. 

As informações são da Associated Press.

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