Ruas cobertas por água e areia em Margate, Nova Jersey, após a passagem da supertempestade Sandy| Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP

Paranaenses relatam a situação na Costa Leste

A rotina na costa leste dos Estados Unidos mudou por conta da chegada da tempestade Sandy. Segundo maringaenses que vivem na região, desde o último domingo (28) as ruas das principais cidades estão vazias por conta da orientação do governo para que a população fique em casa.

De acordo com a psicóloga Nara Mendes Estella, que vive há 10 anos em Boston, no estado de Massachusetts, os governantes deixaram bem clara a instrução de que era necessário que os moradores ficassem em casa.

Nara é mestranda da Universidade de Harvard e contou por e-mail à Gazeta Maringá que no domingo à tarde todos os alunos receberam por celular a informação de que as aulas e serviços de biblioteca e refeitório estavam suspensos. "Fomos instruídos a comprar água e comida não perecível. A orientação era para nos preparamos para ficar pelo menos três dias sem sair de casa."

A tempestade chegou a Boston por volta das 11 horas de segunda-feira (29) - horário local - e durou cerca de quatro horas. "Os noticiários informaram que choveu em um dia três vezes mais do que o esperado para todo mês de outubro. Foi assustador, mas, graças a Deus, menos grave do que o antecipado."

A situação é semelhante na capital americana, Washington, segundo o jornalista Vinícius Carvalho. Por conta da chegada do furacão, todos os serviços de transporte e comércio foram suspensos. "Domingo à tarde fui ao supermercado e vi muitas pessoas comprando água mineral para estocar. Pareciam que estavam esperando o apocalipse."

O jornalista conta que a cobertura da imprensa local dá foco exclusivo ao avanço da tempestade Sandy. "O tempo todo eles mostram o traçado da tempestade, colocam repórteres no meio do furacão para mostrar o desastre." Carvalho conta que na noite de segunda-feira o vento chegou a 90 quilômetros por hora. Na praia de Rehoboth Beach, a cerca de 200 quilômetros de Washington, a maré chegou nas calçadas e os moradores precisaram proteger suas casas com sacos de areia, segundo o jornalista.

A mourãoense Darlene Perini mora em Nova York com os filhos e o marido. Ela contou no início da manhã desta terça-feira (30) à irmã Valdanir Perini que o clima na cidade era de medo e apreensão. De acordo com Valdenir, Darlene disse que no final da tarde de segunda-feira (29), o céu escureceu e ventou e choveu muito forte. A família está sem energia elétrica.

A publicitária e designer Paola Orlowski conta que às 19 horas de segunda-feira terminou a energia elétrica no hotel onde está hospedada. "Hoje [segunda] de manhã também não tinha água. Viemos para o Norte para tentar comer. Estamos com muita dificuldade de pegar táxi e todo o comércio está fechado", disse.

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Energia pode levar uma semana para voltar em NY

AFP

O fornecimento de luz poderá demorar uma semana para ser restabelecido na maioria dos lares do sul de Manhattan, onde os habitantes estão sem energia elétrica desde ontem à noite por causa da agora tempestade Sandy, informou nesta terça-feira (30) a companhia de fornecimento elétrico de Nova York (ConEdson). Leia mais.

Sete linhas de metrô de NY são inundadas

AFP

Sete linhas do metrô de Nova York foram inundadas com o aumento do nível das águas na passagem da tempestade Sandy, no maior desastre enfrentado por este transporte público de mais de um século de existência.

"O sistema de trens subterrâneos de Nova York tem 108 anos, mas nunca havia enfrentado um desastre tão devastador como o que viveu na noite de segunda-feira", declarou Joseph Lhota, diretor da Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA).

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Barragem rompe no norte de Nova Jersey e alaga três cidades

Reuters

Uma barragem rompeu no norte de Nova Jersey nesta terça-feira (30) e alegou as cidades de Moonachie, Little Ferry e Carlstadt com 1,2 a 1,5 metro de água em consequência da passagem da tempestade Sandy, disseram autoridades.

"Estamos em modo de resgate", disse Jeanne Baratta, chefe do executivo do condado de Bergen. Não houve relatos de mortos ou feridos, segundo ela.

Baratta disse que as três cidades ficaram "devastadas" pelo alagamento.

Tempestade deixa rastro de sujeira nas ruas do Brooklyn, em Nova York
Boa parte do Brooklyn está coberta com a sujeira trazida pela inundação
Diques portáteis que a tempestade derrubou agora são vistos na região do Brooklyn
Inundação causada pela tempestade Sandy invade uma estação de metrô de Nova Jersey
Centro financeiro da maior cidade dos EUA também ficou inundado
Funcionário de manutenção caminha na rua 33 com a 1ª, em frente ao Langone Medical Center, da NYU
Bombeiros prestam atendimento em um prédio cuja parede sofreu um colapso por causa da tempestade, em Nova York
Tempestade causada pelo furacão em Southampton, Nova York
Carro passa por área alagada em Southampton, Nova York
Ondas causadas pela força do furacão Sandy atingem a costa em Milford, Connecticut
Veículo atravessa área alagada em Southampton, Nova York: expectativa pela chegada do furacão Sandy
Bombeiros apagam incêndio em casa em Freeport, Nova York: estragos causados pelas tempestades do Sandy
Homem tira fotos das ondas gigantes em Milford, Connecticut
Mulher agarra-se ao guarda-chuva no Parque Georgetown Waterfront, em Washington
Casa inundada em Southampton, Nova York
Parte de um guindaste gigantes se rompeu em decorrência dos ventos fortes do furacão Sandy em Manhattan
Homem corre enquanto um carro de polícia interdita rua em Nova York
Árvore de Natal é derrubada pelos ventos do furacão Sandy em Ocean City, Maryland
Homem observa o mar agitado por causa do furacão Sandy em Montauk, Nova York

Milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica ou com os pés na água nesta terça-feira (30) no noroeste dos Estados Unidos, onde a supertempestade Sandy provocou muitas perdas econômicas, principalmente em Nova York, que sofreu os maiores impactos do fenômeno climático. Após causar 67 mortes no Caribe, Sandy deixou pelo menos outras 31 vítimas nos Estados Unidos e uma no Canadá. Mais de 8 milhões de residências ficaram sem eletricidade na manhã desta terça-feira.

FOTOS: Veja as imagens dos estragos causados pela tempestade

INFOGRÁFICO: Confira a movimentação da tempestade

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"Liguem pra mim", diz Obama a governadores afetados pelo Sandy

Rio transborda e inunda três cidades de Nova Jersey

Nova York inundada e no escuro

Nos estados de Nova York e Nova Jersey, onde a supertempestade já se configura como uma das tempestades mais devastadoras já registradas, o presidente Barack Obama declarou nesta madrugada estado de "grande catástrofe", permitindo o acionamento de programas de assistência às vítimas.

A apenas uma semana da eleição presidencial de 6 de novembro, Obama suspendeu sua campanha para se concentrar nas operações de emergência, manifestando sua "preocupação" e "tristeza" com as mortes e a devastação provocadas por Sandy. A Casa Branca anunciou o cancelamento da agenda eleitoral do presidente prevista para quarta-feira. Neste dia, ele visitará Nova Jersey.

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Seu rival Mitt Romney, que teve o seu papel limitado ao de um espectador diante de um Barack Obama que assumiu o controle do governo federal para ajudar as vítimas atingidas por Sandy, anunciou, entretanto, que não adiará os seus compromissos de quarta-feira no estado-chave da Flórida.

Nova York se transformou em uma cidade fantasma na manhã desta terça-feira.Pelo menos dez mortes foram relatadas na metrópole, afirmou em uma coletiva de imprensa o prefeito Michael Bloomberg, que disse esperar um aumento deste registro. Cerca de 750.000 residências também ficaram sem energia elétrica na cidade, indicou.

Nos Estados Unidos, a maioria das linhas de energia não está no subsolo, o que as deixa sob a ameaça de queda de árvores ou galhos durante fortes chuvas e tempestades com raios. A metade sul de Manhattan mergulhou na escuridão durante a noite. Apenas alguns edifícios equipados com geradores foram capazes de manter a eletricidade. O sul da ilha é também a parte da cidade mais afetada pelas enchentes.

"Liguem pra mim", diz Obama a governadores afetados pelo Sandy

Obama disse hoje que governadores de Estados afetados pela passagem do ciclone pós-tropical Sandy pelos EUA podem ligar para ele diretamente caso recebam um "não" de alguma entidade federal durante o esforço de apoio às vítimas."Telefonem para mim pessoalmente, na Casa Branca." Para o presidente, não pode haver "limite nem burocracia" neste momento, disse, durante discurso na sede da Cruz Vermelha nos EUA.

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"Não há desculpa para inação. Faremos todo o possível, o quanto antes", disse, citando o Estado de Nova Jersey -onde 89% da população está sem abastecimento de energia elétrica- e o sul da ilha de Manhattan, em Nova York, como duas das regiões mais afetadas.

Obama estimulou o governo e a sociedade civil a pensar criativamente, empregando, por exemplo, equipamentos militares para bombear água para fora dos túneis do metrô de Nova York. Ele parabenizou os trabalhos de socorro durante a madrugada, em especial as equipes de um hospital de Nova York que precisou ser esvaziado às pressas. "Na escuridão da tempestade, vimos o que há de mais brilhante nos EUA."

"Ainda não acabou"

Obama disse ainda que o governo federal fará tudo o que puder para ajudar autoridades locais a lidar com os danos provocados pela tempestade Sandy. O presidente, falando na sede nacional da Cruz Vermelha americana, disse que a tempestade, que atingiu algumas das áreas mais densamente povoadas do leste dos Estados Unidos na segunda-feira, "ainda não acabou" e que ainda havia riscos.

"Ainda está se movendo para o norte", disse Obama. "Ainda há comunidades que podem ser afetadas. Então, quero enfatizar que há riscos de inundações, há riscos de queda de linhas de transmissão de energia, riscos de ventos fortes."

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Zona de catásfrofes

Obama declarou como zona de catástrofe as áreas de Nova York e Nova Jersey atingidas pelos fortes ventos e a a ressaca da tempestade extratropical Sandy. A declaração, divulgada pela Casa Branca, coloca à disposição dos governos e comunidades locais os fundos, equipes e funcionários do governo federal necessários para enfrentar as consequências do desastre e socorrer os afetados pela tempestade.

A tempestade deixou milhares de pessoas sem eletricidade de Maine até Carolina do Norte, forçou a suspensão de voos de companhias aéreas comerciais em mais de uma dúzia de aeroportos da costa leste do país e suspendeu as atividades dos governos na região.

Rio transborda e inunda três cidades de Nova Jersey

Uma elevação sem precedentes no nível de um rio no norte de Nova Jersey nesta terça-feira provocou a inundação de três cidades com um muro de água superior a 1,5 metro de altura no rastro do furacão Sandy, provocando a retirada de milhares de pessoas de suas residências. As cidades de Moonachie, Little Ferry e Carlstadt estavam submersas depois que o rio Hackensack transbordou pouco depois da meia-noite.

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"Desde a noite de ontem estamos envolvidos com a busca e o resgate urbano com o pessoal local em Moonachie e em Little Ferry. Já salvamos centenas", disse o governador de Nova Jersey, Chris Christie, em um comunicado à imprensa televisionado na manhã desta terça-feira. "Não era uma barragem nem um dique, era apenas uma berma natural que foi sobrecarregada pela elevação do nível da água, foi uma elevação do nível da água sem precedentes", disse Christie.

A área situada no condado de Bergen foi atingida pela inundação entre a meia-noite e 1h30, praticamente sem dar alerta aos moradores. A água veio depois que a parte mais pesada da tempestade já havia passado. Sandy deixou de ter o status de furacão pouco antes de atingir o continente, mais ao sul de Nova Jersey, na noite de segunda-feira.

"Do começo ao fim, esse muro de água, em alguns lugares uma onda muito maior do que 1,5 metro, atingiu uma área despreparada. O impacto completo foi sentido em menos de 30 minutos", afirmou a chefe do executivo do condado de Bergen, Jeanne Baratta.

"Provavelmente mais de 2 mil moradores foram atingidos por isso e muitos não perceberam que não poderão voltar para casa nesta noite", disse à Reuters por telefone.

Movimentação

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O Serviço de Previsões Hidrometeorológicas indicou nesta terça-feira que o centro do ciclone tropical se movimenta pelo sul da Pensilvânia e poderia se dirigir na quarta-feira para o Canadá.

A passagem de Sandy pelo Caribe, como furacão, causou dezenas de mortes. A chegada em terra firme de Sandy, com ventos sustentados de 125 km/h, causou ressacas de até quatro metros em áreas de Nova Jersey e Nova York.

Nova York e sua área metropolitana (19 milhões de habitantes) amanheceram hoje sem transporte público, com grandes interrupções no abastecimento de energia e com todos os aeroportos e quase todas as pontes e túneis da cidade fechados.

Apesar da diminuição do nível das águas (cerca de dois metros), que melhorou um pouco a situação, rajadas de vento de até 100 km/h persistem e lembram que Sandy ainda está presente. As escolas, universidades, museus, grandes empresas, a sede das Nações Unidas e a Bolsa de Nova York seguirão fechadas hoje, o que contribuirá para melhorar o tráfego.

Além disso, Sandy paralisou quase totalmente a campanha eleitoral do presidente Barack Obama, que busca a reeleição, e do republicano Mitt Romney.

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Nova York inundada e no escuro

Em Nova York, muitas áreas do sul de Manhattan estavam sob água, com o metrô e túneis inundados. Quase 500 mil casas estavam sem energia elétrica na cidade, 250 mil delas em Manhattan.

As águas subiram 4,15 metros acima do nível habitual, coincidindo com a maré alta da lua cheia, segundo as autoridades, mas começaram a baixar pouco antes da meia-noite. Sem transporte público e com as pontes e vários túneis fechados, Nova York estava paralisada e isolada.

No total, 375 mil pessoas receberam a ordem de abandonar zonas costeiras da cidade no sul de Manhattan, Brooklyn, Queens e Staten Island. No entanto, muitos moradores se negaram a acatar a ordem das autoridades e permaneceram em suas residências.

A Bolsa de Nova York e o mercado de futuros de Chicago permaneceram fechados na segunda-feira. Wall Street também não funcionará nesta terça-feira.

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Washington e Filadélfia também estavam sem transportes públicos. O serviço de ônibus e trens ao longo da costa foi suspenso, isolando as duas cidades.

Em Nova Jersey, a central nuclear de Oyster Creek, no condado de Ocean, ao norte de Atlantic City, declarou alerta depois que a água superou o nível permitido na passagem da tempestade, mas segundo as autoridades não representa perigo.

A empresa Eqecat anunciou que o fenômeno pode afetar 60 milhões de americanos e provocar danos de até US$ 20 bilhões. Segundo a meteorologia, a extensão da tormenta e uma frente fria procedente do Canadá tornaram Sandy tão perigosa.

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Veja estragos causados pela tempestade Sandy