A tempestade tropical Bonnie ameaça na sexta-feira os esforços da BP para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, e os barcos e plataformas envolvidos na operação se preparam para deixar a região.
"Embora essas ações possam adiar por vários dias o esforço para 'sufocar' o poço, a segurança dos indivíduos no local do poço é a nossa maior preocupação", disse o almirante da reserva Thad Allen, principal autoridade dos EUA envolvida na operação, na noite de quinta-feira.
A BP disse ter paralisado a escavação de um poço auxiliar a partir do qual será possível conter completamente o vazamento. Até então, a previsão era de concluir essa obra em meados de agosto.
Na semana passada, a empresa instalou uma nova tampa e consegui vedar o vazamento pela primeira vez desde o seu início, em 20 de abril, ainda que de forma provisória. O acidente, pior na história dos EUA, causa imensos prejuízos ambientais e econômicos na costa sul dos EUA.
As autoridades dizem que o recuo diante da tempestade pode retardar as operações em 10 a 14 dias. Mas o poço Macondo permanecerá lacrado durante a suspensão.
"É uma preocupação. A tampa é apenas uma medida temporária, o fato de que tiveram de recuar para a costa é uma baita preocupação", disse Doug Youngson, analista de petróleo da corretora Arbuthnot. "A pressão está aumentando (quando o poço fica tampado). Há um risco de que exploda", acrescentou.
Os técnicos já estão prestes a completar o poço auxiliar e iniciar a chamada "morte estática", que consiste em "sufocar" o poço danificado com lama e possivelmente cimento.
O trabalho é atentamente acompanhado por investidores. Analistas esperam que a BP reserve uma enorme quantia para os custos ao desastre.