O tenso impasse político na Tailândia se aproximou de um ápice nesta quinta-feira, com manifestantes anti-governistas preparando uma batalha iminente no centro de Bangcoc contra dezenas de milhares de tropas armadas.
A insurgência dos "camisas vermelhas" demonstrou os primeiros sinais de se propagar para além de Bangcoc até a base dos manifestantes a nordeste, depois que eles bloquearam um trem transportando soldados e veículos militares.
Dezenas de milhares de "camisas-vermelhas", simpatizantes do ex-premiê Thaksin Shinawatra, fortaleceram sua área de concentração no distrito comercial de Bangcoc com barricadas improvisadas, esperando uma tentativa do Exército de expulsá-los a qualquer momento.
"Ouvimos dizer de fontes no governo que o dia 26 de abril é o prazo final", disse à Reuters Kwanchai Sarakam, 57 anos, líder dos "camisas-vermelhas" no nordeste da cidade.
Nenhum dos lados demonstrou qualquer sinal de recuar depois da caótica tentativa do Exército de expulsar os manifestantes de outro local no dia 10 de abril. O confronto deixou 25 mortos e mais de 800 feridos.
Líderes "camisas-vermelhas" dizem que outra tentativa semelhante seria inútil e que os manifestantes deixariam Bangcoc apenas quando o primeiro-ministro anunciar a dissolução do Parlamento e novas eleições.
"Estou enviando um sinal (ao permanecer no local e fortalecê-lo) de que quero ver suas cartas (de renúncia)", disse um dos três principais líderes "camisas-vermelhas", Nattawut Saikuar, nesta quarta-feira.
"Você não pode emitir uma ordem porque os soldados não irão escutar", acrescentou, citando a frustrada tentativa da última sexta-feira de prender líderes da manifestação.
O banco central deixou a taxa de juros em uma baixa recorde na quarta-feira, observando que os riscos políticos estavam "afetando a confiança em turismo, consumo privado e investimentos."