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Várias explosões e ataques armados mataram mais de 40 pessoas em vários lugares do Iraque na terça-feira (21), um dia depois do registro de mais de 70 mortes em ataques contra a maioria xiita, num cenário que motiva temores de uma guerra civil sectária deles contra os sunitas.

Quase 300 pessoas foram mortas na última semana pelas tensões sectárias, alimentadas pela guerra civil da vizinha Síria. Dez anos depois da invasão norte-americana que derrubou o regime sunita de Saddam Hussein, os principais grupos nacionais - xiitas, sunitas e curdos - são incapazes de formar uma coalizão estável para governar o país.

No pior incidente da terça-feira, um carro-bomba explodiu perto de uma mesquita sunita no bairro de Abu Ghraib, na zona oeste de Bagdá, matando 11 pessoas e ferindo 21, segundo fontes médicas e policiais.

Outra bomba explodiu em frente a um bar no bairro de Doura (zona sul), deixando mais 6 mortos e 18 feridos.

Na província de Diyala (nordeste), bombas e tiroteios mataram pelo menos oito pessoas, incluindo dois policiais. Em Kanaan, também a nordeste de Bagdá, duas bombas em calçadas explodiram em rápida sucessão, matando 3 pessoas.

No norte do país, três bombas explodiram perto de um mercado de animais vivos na cidade etnicamente mista de Kirkuk. Seis pessoas morreram, e o local ficou cheio de pedaços de corpos de pessoas e animais.

Mahmoud Jumaa, que teve um primo morto no atentado, parecia intrigado com o caráter aleatório do ataque. "Escutei as explosões, mas nunca achei que esse lugar seria atacado, já que os animais não têm nada a ver com a política, nada a ver com seitas, nada a ver com etnia ou religião", disse ele.

Kirkuk fica em uma região rica em petróleo, reivindicada tanto pelo governo central dominado pelos xiitas quanto pelos curdos, que controlam uma região autônoma no norte iraquiano.

Na localidade de Tuz Khurmato, também na área disputada, dois carros-bombas mataram três pessoas em um bairro residencial.

Ao norte de Bagdá, um homem-bomba matou três soldados em um posto de controle de Tarmiya, segundo fontes médicas e policiais, e em Khalis pistoleiros invadiram uma casa e mataram um casal sunita.

Os sunitas iraquianos protestam desde dezembro contra supostas discriminações cometidas pelo governo do premiê xiita Nuri al Maliki, despertando temores de que o país volte à situação de 2006/2007, quando o conflito sectário chegou ao auge, superando em alguns momentos os 3.000 mortos por mês.

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