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Manila (EFE) – A presidente das Filipinas, Glória Macapagal Arroyo, declarou ontem o estado de emergência no país, depois da prisão de um general, um coronel e um chefe de polícia suspeitos de participação numa conspiração golpista. A presidente fez um rápido discurso transmitido em cadeia nacional de tevê, no qual garantiu que a tentativa de golpe tinha sido abortada.

"Pelo poder concedido pela Constituição das Filipinas e em meu cargo de comandante-em-chefe, ordeno às Forças Armadas que mantenham a ordem pública, previnam e suprimam todas as formas de violência e demais atos de rebelião", disse a presidente.

Em seu pronunciamento, a presidente não deu detalhes sobre o suposto plano golpista, embora tenha mencionado a existência de um complô entre integrantes das diferentes forças de oposição. O ministro da Justiça, Raúl González, também não foi explícito. Disse apenas que as provas sobre a trama "serão apresentadas na hora certa".

Na falta de mais detalhes, a versão que prevalece até agora é a do chefe do Exército, Hermogenes Esperon, que anunciou a detenção dos três oficiais por intenção de promover uma tentativa de golpe ontem, véspera do vigésimo aniversário da queda do ditador Ferdinand Marcos. Os detidos são o general-de-brigada Danilo Lim, o coronel Ariel Querubin e o diretor da Força de Ação Especial da Polícia, Marcelino Franco, que deveria aposentar-se na próxima semana.

Sem festa

Além de decretar o estado de emergência, o governo cancelou as comemorações oficiais do fim da ditadura e proibiu as manifestações preparadas pela oposição, que exigia a renúncia da presidente. Grupos de simpatizantes da oposição que se concentraram em diferentes estações do metrô de Manila foram dispersados com canhões de água pela polícia.

A expectativa passa a ser pelo que ocorrerá hoje, aniversário da fuga de Marcos das Filipinas com destino ao Havaí, após o triunfo de uma revolta popular apoiada pela Igreja Católica e parte do Exército. A oposição, tanto de esquerda como de direita, pretendia fazer desse aniversário um gigantesco protesto contra a presidente, a quem acusa de haver orquestrado uma fraude para ganhar as eleições de maio de 2004.

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