A candidata de centro-direita Patricia Bullrich, que foi a terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial na Argentina no domingo (22), com cerca de 24% dos votos, declarou nesta quarta-feira (25) apoio ao libertário Javier Milei no segundo turno, que será realizado em 19 de novembro.
Milei, que teve cerca de 30% dos votos, enfrentará o peronista Sergio Massa, o mais votado no primeiro turno, com quase 37%.
“A urgência nos interpela a não sermos neutros diante do perigo da continuidade do kirchnerismo com Sergio Massa”, disse Bullrich, que foi o nome da coalizão Juntos pela Mudança na disputa presidencial, em entrevista coletiva.
A ex-ministra de Segurança no governo de Mauricio Macri (2015-2019) anunciou sua decisão após reunião com lideranças do seu partido, a Proposta Republicana (PRO), entre eles, o próprio Macri e o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta.
Bullrich disse na coletiva que seu apoio a Milei é pessoal e não de toda a Juntos pela Mudança – integrantes da União Cívica Radical (UCR), o outro grande partido da coalizão, discutem apoio a Massa, informou o jornal Clarín.
“Não queremos fazer um debate na Juntos pela Mudança, viemos aqui com a responsabilidade de ter tido que levar adiante uma eleição e a responsabilidade sobre os nossos ombros de 6,2 milhões de cidadãos que votaram em nós”, disse.
“Existem opiniões diferentes. Esperamos que isso não signifique uma ruptura do diálogo interno, mas sim um fortalecimento em relação ao futuro da Juntos pela Mudança”, afirmou a ex-ministra.
Durante a campanha do primeiro turno, Bullrich processou criminalmente Milei, que a acusou de ter “colocado bombas em um jardim de infância” durante seu tempo de guerrilheira.
Nesta quarta-feira, a ex-ministra disse que conversou com Milei e ambos perdoaram um ao outro. “Conversamos sobre quais foram essas declarações e na esfera privada nos perdoamos. Hoje, a pátria precisa que sejamos capazes de perdoar uns aos outros”, afirmou.
Depois do primeiro turno, Milei disse que planejava chamar Bullrich para um cargo no seu governo caso seja eleito, mas a centro-direitista alegou que o apoio ao libertário não traz consigo nenhum acordo político. “Não há pacto, acordo ou diálogo de cogovernar aqui”, afirmou a ex-ministra.
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