A calma voltou este domingo ao campo de refugiados de Nahar Al-Bared, no norte do Líbano, depois que o Exército libanês atacou, pela terceira noite consecutiva, o local, onde foram registrados intensos combates com armas automáticas.
O Exército combinou sua ofensiva com disparos alternativos com morteiros e bombas sobre pontos específicos do acampamento, onde ganharam força os milicianos do grupo extremista sunita Fatah Al-Islam.
Um grupo que se autodenomina um braço da Al-Qaeda na região do Levante prometeu executar ataques a bomba no Líbano se o governo libanês não tirar seu Exército de perto dos campos de refugiados palestinos.
Esta manhã, uma tensa calma voltou a reinar no acampamento, que vivem sob assédio há uma semana, e algumas famílias exaustas continuavam seu êxodo desde as primeiras horas deste domingo, enquanto que o Exército libanês retomava posições e prosseguia com o rearmamento.
Desde o amanhecer, caminhões carregados com caixas de munições chegam á Tripoli, à espera de uma possível ofensiva final.O exército libanês deu início a seu assédio a Naher Al-Bared no domingo passado, após um incidente armados com milicianos do Fatah Al-Islam. no centro de Tripoli.
Durante três días, a artiharia libanesa bombardeou com dureza o campo, onde viviam entre 30.000 e 40.000 refugiados palestinos, dos quais cerca da metade já abandonou suas casas.
Durante a semana, centenas de palestinos conseguiram deixar o campo de refugiados para se protegerem dos ataques.
Responsáveis do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) conseguiram entrar neste sábado no acampamento e descreveram sua situação como dramática.
-Insistimos que é necessário que se permita e garanta a entrada das organizações humanitárias, porque já se passaram oito dias e as infra-estruturas básicas estão destruídas - disse Virgínia de la Guardia, porta-voz da CICR em Beirute.
De la Guardia explicou que uma das maiores preocupações é o tratamento da água e esgoto, já que existe o risco de surto de doenças.
- Ontem (sábado) repartimos 22 mil litros de água, duas toneladas de pão e 4 mil velas, que entregamos ao comitê popular do acampamento para que fossem repartidos à população. Nós seguimos manejando a mesma cifra de civis no interior, cerca de 20 mil. A maioria não quer abandonar suas casas.
O CICR é, até o momento, a única fonte no interior do acampamento, cuja entrada está proibida aos jornalistas.
- Não podemos confirmar quantos mortos e feridos, porque a falta de segurança nos impede avaliar. Insistimos que devem ser respeitados o direito humanitário internacional e permitir a entrada, reiterou.
O Exército libanês guarda silêncio e prossegue seu lento do reamarmento com as armas e munições enviadas pelos Estados Unidos.
Os guerrilheiros insistem que não cruzarão os braços e lutarão até a última bala.O líder da milícia, Shaker Abasi, disse, no sábado, em um vídeo exibido pelo canal de televisão a cabp Al-Jazira, que resistirão e advertiu que os sunitas "serão a vanguarda da luta contra os EUA e Israel" no Líbano.
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